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Mudar o mundo

O futuro que vem por aí

Uma criança, um professor, uma caneta e um livro podem mudar o mundo

18 de Outubro de 2022 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
(Crédito: Fábio Rogério (15/10/2022))

O mês de outubro foi especial para o jornal Cruzeiro do Sul. Vimos nascer, nas últimas semanas, dois projetos que mexeram com a cabeça de milhares de estudantes tanto da rede municipal de ensino como do Colégio Politécnico, mantido pela Fundação Ubaldino do Amaral.

O primeiro projeto envolveu os mais de 58 mil estudantes das 182 escolas municipais. Através de uma parceria do suplemento infantil Cruzeirinho com a Secretaria Municipal de Educação foi criado um concurso de desenhos e ilustrações. O tema escolhido foi “Uma criança, um professor, uma caneta e um livro podem mudar o mundo”. Essa frase foi criada pela vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 2014, Malala Yousafzai.

Na sala de aula, os alunos conheceram um pouco mais da história dessa jovem paquistanesa que lutou, e ainda luta, pelo direito universal à educação, principalmente para as mulheres. A história de superação de Malala é um exemplo para milhões de jovens ao redor do mundo.

Filha de um professor, Malala aprendeu o gosto pelo aprendizado muito jovem e havia conquistado, com a educação que aprendeu em casa, aquilo que muitas crianças do seu país sonhavam, mas poucas conseguiam: a liberdade para viver seus sonhos. Só que a trajetória de Malala foi interrompida pela invasão dos talibãs, em 2008. Nessa época, ela era ainda uma criança de 11 anos, e foi proibida pelo novo regime de frequentar a escola. A medida valia para todas as meninas. Foi aí que ela se revoltou e num protesto discursou contra o fechamento das escolas. A partir de então passou a ser perseguida.

Há dez anos, no dia 9 de outubro, Malala voltava para casa em um ônibus escolar quando o veículo foi invadido por um homem usando máscara. Ele logo perguntou quem era Malala. Ao identificá-la, disparou um tiro contra a cabeça da menina. Malala sobreviveu ao atentado e virou uma voz ainda mais forte pelo direito à educação.

Inspirados por essa história, os estudantes da rede municipal produziram centenas de desenhos. Desses, 446 trabalhos de 79 escolas chegaram à fase final do concurso. No sábado dia 15, na cerimônia de premiação, no auditório da Fundação Ubaldino do Amaral, foi bonito de ver o orgulho e a alegria das crianças, das famílias e dos professores vencedores do concurso de desenho. A emoção era tanta que muitos olhos na plateia ficaram embargados com a felicidade contagiante dos pequenos artistas.

O segundo projeto reuniu alunos do ensino fundamental e médio do Colégio Politécnico. Eles foram convidados a participar da criação de um jornal com notícias de interesse não só da comunidade escolar como também de interesse geral. Cada série teve seu represente e eles se reuniram para discutir todo o projeto, desde o nome do novo jornal até a fase de revisão final que antecede a impressão. Foram várias reuniões de trabalho, onde foram definidas as equipes de cada editoria, as pautas e o cronograma de ações. E tudo funcionou como um relógio suíço.

A vibração dos alunos em debater temas do momento como a volta às aulas no período pós-pandemia, os efeitos da Covid-19 no comportamento e no aprendizado dos jovens. A Copa do Mundo do Catar também recebeu atenção especial tanto em temas como as restrições para as mulheres e o descuido com os trabalhadores que ajudaram a construir a infraestrutura do evento, como também em assuntos mais leves como as peripécias dos colecionadores de figurinhas. O Poli News, nome escolhido pelos alunos, falou também dos jogos escolares de Sorocaba e de descobertas do mundo científico.

Jovens talentos foram descobertos e, bem lapidados, podem se tornar, um dia, grandes profissionais da imprensa.

Estimular o debate e a criatividade de estudantes e de toda a comunidade também é dever de um jornal centenário como o Cruzeiro do Sul. Estamos orgulhosos do resultado obtido em ambas as iniciativas e acreditamos que milhares de sementes do bom ensino foram plantadas nos jovens que um dia irão nos substituir. Que outros projetos como esses venham florescer nos próximos anos ajudando a criar uma nova geração cada vez mais apta a pensar e agir em benefício da sociedade.