Buscar no Cruzeiro

Buscar

Economia mundial

As boas notícias romperam a barragem

De acordo com o FMI, o Brasil vem passando por um crescimento bem mais forte do que se esperava para este ano

12 de Outubro de 2022 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
(Crédito: Arquivo ABR)

Algumas notícias de ampla circulação mundial, infelizmente, são pouco divulgadas no Brasil. No máximo, rendem uma notinha de canto de página, embora sejam motivo de grande comemoração para o País. É o caso do último relatório sobre a situação da economia mundial divulgado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

De acordo com os dados do próprio FMI, o Brasil vem passando por um crescimento bem mais forte do que se esperava para este ano, demonstrando uma atividade mais robusta ainda que a do primeiro semestre. O relatório Perspectiva Econômica Global, apresentado nesta terça-feira (11), atesta que a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, em 2022, deve chegar a 2,8%, quase o dobro do que foi previsto na estimativa anterior, divulgada em julho.

Os números consolidados agora pelo FMI estão até um pouco acima do que projetam o Banco Central brasileiro e o Ministério da Economia, que apostavam num PIB de 2,7%. O otimismo com o Brasil, lá fora, é maior que o próprio otimismo interno.

Algumas entidades aqui no Brasil também estão mais animadas que o Governo Federal. A melhoria do mercado de trabalho e o aumento da demanda do setor de serviços fizeram a Confederação Nacional da Indústria (CNI) elevar a projeção de crescimento da economia em 2022 para 3,1%. Segundo o Informe Conjuntural do 3º Trimestre, divulgado nesta terça-feira (11), a estimativa que era de 1,4% em julho mais que dobrou para outubro.

Com tantos ajustes para cima, fica difícil acreditar que só agora os tão experientes economistas de todos esses órgãos tenham percebido a força da economia brasileira. Os dados positivos foram represados por tempo demais até que o volume deles fosse capaz de derrubar as barragens construídas para impedir que as boas notícias circulassem.

Antes que algum descuidado tente argumentar que o objetivo deste editorial é elogiar o presidente Bolsonaro na reta final das eleições, utilizemos as próprias análises do FMI sobre outros países, só para comparar.

Segundo o mesmo relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI), que melhorou a projeção brasileira, a situação piorou para a economia mundial em 2023 e passou a prever recessão na Alemanha e na Itália, além da Rússia. O organismo espera que o Produto Interno Bruto (PIB) global cresça 2,7% no próximo ano. A estimativa anterior era de avanço de 2,9%. Para 2022, o Fundo manteve a expectativa de expansão de 3,2%.

O FMI alerta que o pior para a economia mundial ainda está por vir. “Mais de um terço da economia global vai se contrair em 2023, enquanto as três maiores economias -- Estados Unidos, União Europeia e China -- vão continuar estagnadas”, e acrescenta o relatório: “Para muitas pessoas, 2023 parecerá uma recessão”. Pesam, nesse cenário, os efeitos da invasão russa à Ucrânia; uma crise de custo de vida causada por pressões inflacionárias persistentes e crescentes; e a desaceleração na China.

A piora nas projeções do organismo para o PIB mundial no próximo ano deu-se devido a previsões mais sombrias para a zona do euro, o Reino Unido e a China. “O fraco crescimento de 2023 em toda a Europa reflete os efeitos colaterais da guerra na Ucrânia, com revisões em baixa especialmente acentuadas para as economias mais expostas aos cortes no fornecimento de gás russo e condições financeiras mais apertadas”, diz o FMI. Dentre suas projeções mais pessimistas, o FMI prevê que a Alemanha e a Itália enfrentem uma recessão em 2023.

O FMI espera que a inflação global atinja o pico no final de 2022. Os preços devem permanecer elevados por mais tempo que o esperado anteriormente e esse problema deve estender-se até 2024, quando o índice deve diminuir para 4,1%.

Enquanto isso, no Brasil, já passamos pelo pico inflacionário. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, registrou, pelo terceiro mês seguido, deflação. O recuo nos preços em setembro foi de 0,29%. Em julho, a queda foi de 0,68% e, em agosto, de 0,36%.

Como se pode notar, a economia brasileira está bem e faz tempo. Nossa situação é muito melhor que a da maior parte do mundo. Pena que esconderam essas informações de você por tanto tempo.