Editorial
O Brasil quebrando recordes na agricultura
O milho e a soja, mais uma vez, serão os destaques da safra. Juntos, devem resultar em uma produção de 279,3 milhões de toneladas
O Brasil caminha para mais uma vitória no campo. A safra que está sendo plantada agora deve ser a maior de todos os tempos. Dois fatores estão ajudando, e muito, para que tenhamos esse resultado. Primeiro: o esforço do Governo Bolsonaro em manter a importação de insumos agrícolas da Rússia mesmo durante a guerra com a Ucrânia. Segundo: o clima, já que as chuvas voltaram logo no início da primavera e numa quantidade perfeita para garantir a germinação e o desenvolvimento das sementes.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em seu último relatório, estima uma produção recorde de 312,4 milhões de toneladas, volume que, caso seja confirmado, superaria em 41,5 milhões de toneladas o recorde de 270,9 milhões de toneladas obtido na safra 2021/2022.
De acordo com a estimativa, apresentada na quinta-feira (6), houve crescimento de 2,9% na área destinada a plantio, em comparação com o ciclo anterior. O levantamento estima que a produção de grãos será feita em uma área de 76,6 milhões de hectares.
‘Vale ressaltar que no Brasil, considerando a sua vasta extensão territorial, há o cultivo de três safras em períodos distintos. Assim, para todas as culturas são utilizados, aproximadamente, 52,6 milhões de hectares‘, explicou o presidente da Conab, Guilherme Ribeiro.
O milho e a soja, mais uma vez, serão os destaques da safra. Juntos, devem resultar em uma produção de 279,3 milhões de toneladas. ‘No caso da soja, os agricultores brasileiros devem destinar uma área de 42,89 milhões de hectares, um crescimento de 3,4% se comparada com a safra passada‘, informa a Conab.
O órgão lembra que a semeadura do grão, quando feita na janela correta dos principais estados produtores, chega a 4,6% da área. No Paraná, estado que apresentou o maior índice de área, esse percentual está em 9%. Em Mato Grosso, 8,9%; e em Mato Grosso do Sul, 6%. Com esse avanço das áreas cultivadas, a estimativa da companhia para a produção de soja é de 152,4 milhões de toneladas.
Com relação ao milho, a Conab prevê, para a primeira safra, uma redução de 1,5% na área a ser cultivada. Isso se deve à alta de custos e à substituição da produção para cultivos mais rentáveis.
No entanto, apesar de produzido em área reduzida, a expectativa é de aumento de 14,6% na produção do grão, devido à expectativa de recuperação da produtividade. Com isso, o total a ser colhido está estimado em 28,69 milhões de toneladas na primeira safra; e um total de 126,9 milhões de toneladas nas três safras.
Para este ciclo, há expectativa de queda na área plantada também para a produção de arroz e feijão. No caso do arroz, a expectativa é que sejam colhidas 10,8 milhões de toneladas; e no caso do feijão, 2,96 milhões de toneladas, o que garante o abastecimento no país, diz a Conab.
‘O feijão é uma cultura de ciclo curto, o que apresenta uma vantagem para o produtor que consegue adequar o seu plantio dentro de uma janela menor, sem ter que renunciar à produção de outros grãos ainda no mesmo ano-safra. Nesse cenário, o Brasil tem três épocas distintas de plantio, favorecendo assim uma oferta constante do produto ao longo do ano‘, disse o diretor de Informações Agropecuárias e Políticas Agrícolas da Conab, Sergio De Zen.
Ainda segundo a Conab, as primeiras projeções para a safra 2022/23 ‘apontam incremento nos estoques finais de milho (20%), algodão (17%), feijão (31%) e soja (45%)‘, na comparação com a safra 2021/22.
‘No que se refere ao consumo interno, o levantamento aponta estabilidade no consumo de arroz e feijão, leve incremento na demanda por algodão (2%) e um aumento no consumo de milho e de soja, de 6,2% e 5% respectivamente‘, diz a Conab. A estimativa de exportação da soja para o ano que vem é de um aumento de 22,5%, totalizando 95,87 milhões de toneladas, na comparação com 2022.
Com todos os problemas que o mundo enfrenta, o Brasil está blindado graças à força do agronegócio. Temos alimento em quantidade suficiente para abastecer com tranquilidade a nossa população e um excedente que vai ajudar a alimentar milhões de pessoas nos quatro cantos do mundo. O Ministério da Agricultura durante o Governo Bolsonaro soube se antecipar a todos os movimentos externos e garantir mais uma safra recorde para a país. O trabalho e a eficiência da ex-ministra Tereza Cristina, agora eleita para o Senado por Mato Grosso do Sul, precisa ser sempre lembrado.