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Em queda!

A revolução na mão das micro e pequenas empresas

No mês de agosto, as micro e pequenas empresas foram responsáveis por mais de 70% do total de empregos criados no País

05 de Outubro de 2022 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
(Crédito: Reprodução)

O desemprego vem caindo no Brasil mês a mês. Entramos no segundo semestre deste ano com os mais baixos índices no período de sete anos, consolidando uma tendência de recuperação do mercado de trabalho. Os últimos dados do setor foram apresentados no dia 30 de setembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o levantamento, realizado por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), a taxa de desemprego em agosto caiu para 8,9%, a menor desde julho de 2015, quando ficou em 8,7%.

Esse resultado tem muito a ver com a recuperação das micro e pequenas empresas (MPEs). São elas que, atualmente, geram a maior quantidade de novas vagas de trabalho. O tempo das indústrias com milhares de trabalhadores está acabando. A substituição desse modelo se deu, principalmente, pelo avanço da tecnologia. Muitas empresas que antigamente necessitavam de muitos braços no chão de fábrica agora estão com os processos automatizados. Quase tudo é feito por avançados robôs que provocaram o fechamento de milhares de postos de trabalho. Esse contingente de desocupados acabou migrando para outros setores, com destaque para o de serviços.

No mês de agosto, as micro e pequenas empresas foram responsáveis por mais de 70% do total de empregos criados no País. O levantamento foi feito pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) com base em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Do saldo de 278,6 mil contratações no período, 199,6 mil vagas formais foram criadas por essas empresas.

“São o segmento com melhores condições para responder ao desafio da criação de empregos no País. Agosto foi o oitavo mês consecutivo que os pequenos negócios apresentaram saldo positivo”, apontou o presidente do Sebrae, Carlos Melles. Ele destacou que a média mensal de empregos gerados pelos pequenos negócios, desde o início do ano, é superior a 160 mil.

No acumulado do ano, o País gerou 1,8 milhão de empregos, sendo as micro e pequenas empresas responsáveis por 1,3 milhão (71,7%). As médias e grandes, por sua vez, criaram 400 mil postos de trabalho, o que corresponde a 21,5% do total.

De acordo com o levantamento, o setor de serviços das micro e pequenas empresas concentra a maior parte das contratações. Foram 96,2 mil em agosto, o que representa 35%. Os setores de comércio e construção civil ocupam a segunda e terceira posição, respectivamente, na criação de postos de trabalho entre as MPEs.

Carlos Melles explica ainda que essa proporção entre os tipos de negócios e as vagas disponíveis se repete. “Em 2021, os pequenos negócios foram responsáveis por oito a cada dez novas vagas de emprego. Neste ano, estamos mantendo uma média mensal de mais de 70%”, relembrou.

Ele destacou também que no primeiro ano da pandemia o País teve um saldo total negativo de 191.455 contratações, mas entre as micro e pequenas empresas o saldo foi positivo. “[Foram] mais de 56 mil empregos. O resultado ruim é atribuído às médias e grandes, que foram responsáveis pelo fechamento de 274.220 postos de trabalho.”

Para o presidente do Sebrae, essa tendência de mais contratações em MPEs deve se manter. Melles acredita que novos créditos disponíveis pelo Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) podem aliviar as contas desse segmento. “Permitindo que as micro e pequenas respirem um pouco melhor e façam os investimentos necessários para aumentar a sua produtividade e, consequentemente, continuarem sendo as principais responsáveis pela geração de empregos no País”, avalia.

Esse avanço das micro e pequenas empresas traz um outro benefício importante para a sociedade. A renda gerada por milhões de negócios realizados dentro do Brasil deixa de se concentrar na mão de um reduzido grupo de conglomerados industriais, muitas vezes submetidos a matrizes estrangeiras interessadas apenas em receber os lucros aqui produzidos.

A pulverização dos negócios nas mãos de milhões de empreendedores nacionais faz com que a economia gire e permite um crescimento cada vez mais saudável do País, sem depender da vontade de empresários que tomam decisões além de nossas fronteiras.