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Editorial

A importância do papelão no crescimento do País

Os dados da FGV confirmam o que se vê na indústria de papelão. Produção aquecida e muitas encomendas

28 de Setembro de 2022 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
(Crédito: Fábio Rogério (20/9/2012))

A última semana de setembro começou com boas perspectivas para a economia brasileira. A previsão dos analistas aponta para uma nova redução na taxa de inflação e a confiança do consumidor em dias cada vez melhores aumentou.

O mercado tem um indicador, no mínimo estranho, para avaliar a melhora do desempenho da economia. A produção de caixas de papelão é considerada um dos melhores sinais que o País vai bem. E é o que está acontecendo no momento. A indústria de caixas de papelão está trabalhando num ritmo que há muito tempo não se via.

“Tivemos o melhor julho de todos os anos, depois o melhor agosto de todos os anos. E nossa expectativa é de setembro a dezembro termos novos recordes”, explica Gabriella Michelucci, presidente da Associação Brasileira de Embalagens em Papel (Empapel), referindo-se aos volumes de expedição de papelão de todo o segmento industrial.

A produção de papelão serve como indicador por ser um material utilizado como embalagem em todos os outros segmentos tanto industriais, como comerciais como de serviços. O aumento de pedidos para a indústria de papelão mostra que todos os outros setores apostam num aumento de vendas.

O otimismo, de acordo com Michelucci, está amparado numa série de fatores, principalmente a entrada maciça de dinheiro do Auxílio Brasil e o superávit da balança comercial com a China. De janeiro a agosto deste ano, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Brasil teve superávit de US$ 23,3 bilhões no comércio com o país asiático.

“Se você olhar, o Brasil está sendo reconhecido como país com melhor organização pós-pandemia. A gente tem uma indústria de consumo grande dentro do país e não somos grandes importadores de alimentos”, comenta Gabriela Michelucci. “Nossa expectativa é de setembro a dezembro ter recordes de expedição de papel ondulado. Impulsionados pelo consumo das famílias. Você teve queda na taxa de desemprego, que saiu de 12% e deve terminar o ano abaixo de 8%. O Auxílio Brasil de R$ 600,00 está injetando dinheiro na economia, além da antecipação do FGTS e da parcela do 13º salário para os aposentados. A inflação no ano passado, de 10% a 12%, foi quase toda repassada pela indústria ao salário dos colaboradores. Tudo isso começou a ser pago e está gerando novamente o consumo das famílias”, afirma a especialista no assunto.

Na segunda-feira (26), pela 13ª semana consecutiva, o mercado financeiro ajustou para baixo a expectativa de inflação. A previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu agora de 6% para 5,88% neste ano. Esse dado reforça a decisão do Banco Central, na última reunião do Copom, de manter a taxa básica de juros no mesmo patamar, interrompendo uma sequência de altas. As instituições financeiras consultadas pelo BC também aumentaram, mesmo que modestamente, a projeção de crescimento do PIB, passou de 2,65% para 2,67%.

Outro ponto de destaque é o avanço no Índice de Confiança do Consumidor (ICC) que, em setembro, passou para 89 pontos, o maior nível desde janeiro de 2020, quando foi registrado 90,4 pontos. Os dados são apurados pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV).

De acordo com a coordenadora das Sondagens do Ibre/FGV, Viviane Bittencourt, a confiança dos consumidores subiu pelo quarto mês consecutivo influenciada pelas perspectivas mais otimistas em relação aos próximos meses. “Há um aumento na intenção de consumo, exceto para os consumidores de renda mais baixa, o que reflete ainda dificuldades dessa classe”, informou em nota a pesquisadora.

Os dados da FGV confirmam o que se vê na indústria de papelão. Produção aquecida e muitas encomendas. Nas estradas também se nota, a olhos vistos, a melhora da economia. O número de caminhões carregados circulando impressiona quem usa as rodovias diariamente. É o Brasil deixando para trás o fantasma da pandemia que tanto assustou milhões de pessoas.

Estamos hoje numa situação confortável perante o mundo. Não é hora de deixar escapar esse momento de bonança e arriscar que o País volte a enfrentar políticas públicas que já se mostraram danosas. Que o rumo certo perdure por muito tempo e todos sejamos beneficiados.