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Editorial

Brasil sobe, Estados Unidos desce

O governo Bolsonaro sempre alertou para a necessidade de cuidar da saúde financeira do País tanto quanto da saúde dos doentes

23 de Setembro de 2022 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
(Crédito: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil)

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter a taxa Selic, os juros básicos da economia, em 13,75% ao ano. A deflação registrada nos últimos dois meses ajudou a interromper o ciclo de alta após um ano e meio de reajustes seguidos.

Em comunicado oficial, o Copom informou que vai continuar monitorando a economia e poderá adotar novas elevações na taxa Selic se o recuo da inflação não se mantiver como o esperado. “O comitê reforça que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas. O comitê enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado”, destacou o texto.

A decisão do Copom foi bem recebida pelo setor produtivo. A Confederação Nacional da Indústria (CNI), em nota, informou ser “acertada” a atitude do Comitê de Política Monetária.

“A Selic em 13,75% ao ano já era suficiente para manter a desaceleração da inflação nos próximos meses. Principalmente porque essa taxa está muito acima do nível de taxa de juros a partir do qual se inibe a atividade econômica, que foi alcançado ainda em dezembro de 2021”, destacou o presidente da entidade, Robson Andrade.

A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) também considerou acertada a decisão do Copom. A Firjan avaliou, em comunicado oficial, que “as perspectivas de inflação vêm em tendência de queda nas últimas semanas e, no primeiro semestre, os indicadores de atividade econômica superaram as expectativas, com crescimento do PIB e redução do desemprego. Entretanto, para o médio prazo, as perspectivas ainda são de grande incerteza e instabilidade, o que pode significar interrupção do processo de recuperação da atividade econômica”.

A decisão brasileira vai na contramão da situação vivida nos Estados Unidos. Por lá a tendência é de aumento nos juros até o final do ano, podendo invadir parte de 2023.

O Federal Reserve (Fed), que é o equivalente ao nosso Banco Central, decidiu na quarta-feira (21) elevar a taxa básica de juros em 0,75 ponto percentual, alcançando o intervalo entre 3,00% a 3,25% ao ano. A decisão do comitê foi unânime e já era aguardada pelo mercado. É a quinta alta das taxas do país neste ano e a terceira com essa magnitude.

O principal fator para essa sequência de alta nos juros americanos é a inflação em alta, que deve fechar o ano perto dos 5,4%. Para os analistas do Fed, a inflação segue elevada, com desequilíbrios de oferta e demanda, alimentos e, principalmente, energia.

Dentre os 19 dirigentes presentes na reunião do Fed desta semana, 17 projetam novas elevações na taxa do juro básico. O índice pode atingir os 4% ou até passar desse número antes mesmo do fim do ano. Já para 2023, todos os dirigentes mantêm a projeção de juro acima de 4%, o que contraria a expectativa de parte do mercado e dos analistas, que previam o início da redução já para o ano que vem.

Os dirigentes do Federal Reserve também reduziram as expectativas de crescimento para os Estados Unidos neste e nos próximos anos, na comparação com as estimativas divulgadas meses atrás. Para 2022, a média das estimativas aposta num crescimento de apenas 0,2%. Bem diferente do Brasil, que teve ter um crescimento do PIB próximo dos 3%.

Diante desse quadro, é impossível não elogiar a estratégia econômica brasileira desde o início da pandemia. O governo Bolsonaro sempre alertou para a necessidade de cuidar da saúde financeira do País tanto quanto da saúde dos doentes. E o ministro da Economia seguiu à risca as diretrizes estabelecidas sem deixar faltar dinheiro às classes menos favorecidas, protegendo as empresas, principalmente as micro e pequenas, e mantendo o País rumo ao crescimento.

Os frutos desse trabalho estão sendo colhidos agora. O mundo todo reconhece que o Brasil está superando, com muita eficiência, a crise estabelecida em todo o planeta. Só aqui, no Brasil, é que um número cada vez menor de analistas do contra insiste em falar mal de tudo que o governo Bolsonaro faz.