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Todos contra a pólio

O tempo está passando

Com o esforço de todos, podemos fazer essa mensagem chegar aos pais que estão atrasados na missão de proteger os filhos

03 de Setembro de 2022 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
(Crédito: Fernando Frazão / Agência Brasil)

 

Sorocaba realiza, neste sábado (3), um esforço extra para aumentar a cobertura vacinal contra a poliomielite. A campanha de vacinação na cidade está bem abaixo da expectativa o que pode se transformar num enorme risco para a sociedade.

Um posto de vacinação adicional foi montado no Pátio Cianê Shopping e vai atender, das 10 às 16 horas, os pais que não podem, durante a semana, levar os filhos às Unidades Básicas de Saúde para receber a correta imunização.

Apesar da campanha de vacinação ter começado no dia 8 de agosto, a cobertura vacinal contra a poliomielite, em Sorocaba, até agora atingiu a marca de 30%, bem abaixo dos 95% preconizados pelo Ministério da Saúde. Os números da cidade seguem, de perto, o padrão estadual e nacional, o que aumenta o risco da paralisia infantil, nos próximos anos, voltar a ser registrada no País.

Mesmo com uma queda significativa da procura pela vacina, este ano, os resultados estão melhores que os de 2020 e 2021, dois anos fortemente impactados pela pandemia da Covid-19.

Tanto o Ministério da Saúde quanto as secretarias estaduais e municipais estão lutando para reverter esse quadro até 9 de setembro, quando acaba, oficialmente a campanha nacional de imunização. Vários artifícios têm sido usados para convencer os pais da importância da vacinação contra a pólio, mas os efeitos práticos ainda são poucos.

Especialistas em saúde alertam para o risco da volta da doença por conta do baixo índice de imunização em todo o Brasil. A situação é tão preocupante que a Organização Panamericana de Saúde (Opas), braço da Organização Mundial da Saúde (OMS), decidiu colocar o Brasil no grupo de países da América Latina que correm o risco de voltar a apresentar casos se a vacinação não voltar a crescer.

O último caso registrado de poliomielite no Brasil foi em 1989. A OMS reconheceu, em 1994, que o País conseguiu eliminar o vírus em todo o território nacional. Mesmo sem identificar infecção há mais de 30 anos, especialistas alertam que a vacinação é necessária porque novas infecções têm sido identificadas nos últimos meses.

Estamos a uma semana do fim da campanha nacional contra a poliomielite e cerca de 10 milhões de crianças ainda não receberam a vacina contra a doença. Segundo especialistas, entre os motivos para a baixa procura estão a pandemia; a dificuldade dos pais, que trabalham, de levar os filhos aos postos de saúde; a baixa percepção de risco diante do longo período sem casos da doença e a falta de campanhas mais intensas por parte do poder público.

A queda da taxa de cobertura vacinal não é uma exclusividade da pólio. Outras doenças também podem voltar a disseminar-se no País por conta da baixa procura pela imunização. A campanha nacional de vacinação pode ajudar a corrigir esse problema. Numa única ida ao posto de saúde, os pais têm a oportunidade de atualizar a carteirinha dos filhos e garantir a eles proteção contra muitas doenças perigosas e que podem causar sequelas para a vida toda.

No caso específico da pólio, uma simples gotinha pode salvar a vida de seu filho. A vacina oral tem sido usada, no mundo todo, desde 1962, quando foi descoberta por Albert Sabin. São sessenta anos de bons serviços no combate à pólio. Uma vacina que ajudou a erradicar a doença em dezenas de países, inclusive no Brasil.

Temos uma semana para ajudar o Ministério da Saúde a atingir a meta alvo para a campanha contra a pólio. O trabalho vai ser grande, mas com o esforço de todos podemos fazer essa mensagem chegar aos pais que estão atrasados na missão de proteger os filhos contra uma doença facilmente evitável. Não deixe para amanhã a proteção que você pode proporcionar hoje a seu bem mais precioso.