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Sem pressão

Inflação sob controle, agora é hora de crescer

Esse apetite renovado pelas ações de empresas brasileiras faz com que mais dinheiro circule

23 de Agosto de 2022 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
(Crédito: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil)

Nas últimas semanas, a inflação deixou de ser destaque nas manchetes dos jornais. A queda no índice, registrada mês a mês, parece ter sido tirada do radar dos analistas econômicos que pregam o caos.

A nova projeção do mercado financeiro para a inflação de 2022 caiu mais uma vez. Já são oito semanas seguidas de redução nas expectativas. Segundo o Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (22) pelo Banco Central, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do País, caiu de 7,02% para 6,82%, em uma semana. Há quatro semanas, as expectativas do mercado eram de um IPCA em 7,3%, neste ano.

O Boletim Focus é uma publicação semanal que reúne a projeção de cerca de 100 instituições do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos do País.

A expectativa de inflação para 2023 também caiu e essa é grande novidade desta semana. Os últimos relatórios apontavam para um crescimento da inflação no ano que vem, isso agora mudou. Dos 5,38% projetados há uma semana o índice foi revisto para 5,33%. A mudança parece pequena, mas o que precisa se comemorado é a reversão da tendência. O Boletim Focus em nada mudou as projeções de inflação para 2024 e 2025, os números foram mantidos em 3,41% e 3%, respectivamente. Dentro da meta considerada aceitável pelo Banco Central.

A nova redução da estimativa de inflação em 2022 coincide com o corte de impostos sobre diversos itens considerados essenciais. É o caso, por exemplo, dos combustíveis e da energia elétrica. Essa política, quando adotada pelo governo Bolsonaro, foi muito criticada, mas mostra agora resultados salutares para a economia e para o bolso do consumidor brasileiro. Esses produtos por si só já provocaram enorme impacto sobre os índices da inflação. Além disso, impactam indiretamente os preços de outros itens.

A conta é simples, se o preço do combustível aumenta, o transporte de um determinado produto fica mais caro. O dono da loja que revende esse produto, então, repassa o aumento para o consumidor, que acaba pagando mais caro pelo mesmo item.

A inflação voltando ao trilho alivia a pressão sobre os técnicos do Banco Central. Isso vai permitir que outras medidas sejam adotadas nos próximos meses. A expectativa, agora, passa a ser a redução da taxa de juros. Vários aumentos foram necessários nos últimos meses para ajudar no combate à inflação. Fechado esse ciclo, é hora de começar a pensar em reduzir esse patamar. O mercado financeiro ainda mantém a expectativa que a taxa básica de juros da economia, a Selic, permaneça em 13,75% até o final deste ano. Mas já existe quem defenda uma mudança ainda m 2022.

Equacionados os fatores inflação e juros, fica mais fácil administrar o País e adotar outras medidas que impulsionem o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). E é isso que o governo pretende neste momento. A expectativa para o PIB, atualmente, está em 2,02% para de 2022. Há uma semana, a projeção do mercado financeiro era de que o ano fecharia com um PIB em 2%; e há quatro semanas era de 1,93%. O Ministério da Economia pensa em números mais robustos, podendo fechar o ano com um crescimento superior a 2,5%.

E há motivo para esse otimismo. A Bolsa de Valores tem registrado bons ganhos em agosto. Esse apetite renovado pelas ações de empresas brasileiras faz com que mais dinheiro circule e o motor da economia ronque mais forte.

Segundo o Boletim Focus, a previsão para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil neste ano está em US$ 58 bilhões. Já para 2023, a estimativa ficou estável em US$ 65 bilhões de ingresso.

O Brasil precisa de uma sequência de bons resultados econômicos para afastar, de vez, qualquer ameaça de crise. Estamos no caminho certo, só não podemos, neste momento, embarcar em promessas fora da realidade que arrastem o País, mais uma vez, para o descontrole das contas públicas e o inchaço do aparelho estatal ineficiente.