Editorial
Por um país livre das drogas
O combate ao tráfico de drogas e às organizações criminosas está na pauta não só no Brasil, mas no mundo todo
O Brasil declarou guerra ao tráfico de drogas. Dia após dia centenas de quilos de maconha e cocaína são apreendidos em operações da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal e das polícias dos Estados. A coordenação de ações está ajudando a tirar das ruas material suficiente para abastecer várias organizações criminosas. Cada apreensão se transforma num enorme prejuízo financeiro para esses grupos que insistem em burlar as leis.
Na quarta-feira (17), a Polícia Militar Rodoviária e a Receita Federal apreenderam 1,4 tonelada de maconha na rodovia Castello Branco, em Porangaba. Segundo a polícia, a droga estava escondida numa caminhonete. Foram identificados aproximadamente 1.990 tabletes contendo substância análoga à maconha. O veículo, o condutor e a droga foram encaminhados à Delegacia da Polícia Civil de Quadra.
Na terça-feira (16), uma outra grande operação contra o tráfico de drogas foi deflagrada no País. Foram cumpridos 29 mandados de prisão preventiva e 34 mandados de busca e apreensão Em São Paulo, em Santos, no Rio de Janeiro, em Nova Iguaçu, no Distrito Federal e em Maringá. O grupo investigado cuidava do transporte rodoviário de cargas e as drogas eram colocadas no meio de frutas ou de cimento.
Na mesma terça-feira, a Polícia Civil faz uma operação contra uma organização suspeita de movimentar R$ 1,3 bilhão com o tráfico de drogas. Foram cumpridos 36 mandados de busca e apreensão em Goiás, Mato Grosso, Paraná, Minas Gerais e Distrito Federal. Ao todo, 212 pessoas são investigadas. A organização usaria 11 empresas de fachada e teria movimentado valores expressivos desde 2014.
O combate ao tráfico de drogas e às organizações criminosas está na pauta não só no Brasil, mas no mundo todo. O subsecretário do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, Brian Nelson, esteve no último dia 17 na sede do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) para alinhar estratégias contra o tráfico internacional de drogas. Ele é responsável pela área de inteligência financeira e de combate ao terrorismo do órgão.
A reunião envolveu conversas sobre a assinatura de um termo de cooperação entre o governo americano e o Ministério Público de São Paulo. A ideia é agilizar a troca de informações para tornar mais eficiente a aplicação de sanções a narcotraficantes estrangeiros.
Um dos pontos de atenção são os integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), facção que surgiu em São Paulo e se tornou uma das mais influentes do mundo no tráfico de cocaína.
A visita ocorre após o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, baixar uma ordem executiva que permite ao Departamento do Tesouro impor sanções econômicas a pessoas e empresas ligadas ao tráfico internacional de drogas. O ato administrativo incluiu expressamente o PCC entre as organizações passíveis de punição. As sanções vão desde o bloqueio de propriedades até a proibição de transferências, empréstimos e financiamentos.
Nelson é responsável pela área de inteligência financeira e de combate ao terrorismo no governo americano e está no Brasil acompanhado de mais cinco autoridades.
Combater o tráfico também é um dos compromissos do presidente Jair Bolsonaro. Na terça-feira (16), ele comemorou em postagem no Twitter a apreensão de quase 4 toneladas de maconha em operações realizadas pela Polícia Rodoviária Federal. Foram 2,6 toneladas numa oficina em Campo Grande, 620 quilos num veículo na BR-267 em Mato Grosso do Sul, 343 quilos em Cornélio Procópio, no Paraná, e 397 quilos em Rio Verde, Goiás. O presidente ainda disse que esse foi “mais um prejuízo milionário para o crime organizado, vidas e famílias preservadas”.
O trabalho da polícia, em todas as esferas, tem sido bastante árduo. Perseguir organizações criminosas que detém grande poder financeiro e de fogo não é uma tarefa fácil. É preciso inteligência e coordenação. O Ministério Público também tem participação importante nesse trabalho. Juntos eles podem tirar de circulação bandidos que aterrorizam comunidades Brasil afora. E é isso que queremos, um País mais seguro para todos e livre das drogas.