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Editorial

Foi dada a largada

No primeiro dia de campanha, os dois principais candidatos à Presidência escolheram locais simbólicos para iniciar o caminho até as urnas

17 de Agosto de 2022 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
(Crédito: Fábio Rogério (28/10/2018))

A campanha eleitoral começou para valer. Foi só o relógio marcar zero hora de 16 de agosto para as redes sociais começarem a receber uma enxurrada de posts e vídeos dos candidatos que disputam o pleito de outubro.

Cada um quer vender seu peixe da melhor forma possível. As publicações tentam uma comunicação direta entre o postulante e o eleitor se valendo, muitas vezes, do número de seguidores amealhado nos últimos anos.

A batalha nas redes sociais não é um fenômeno tão novo assim. Barack Obama, desde a primeira vez que se elegeu presidente dos Estados Unidos, já usava esse artifício para tornar seu nome e suas ideais conhecidas. Depois dele veio Donald Trump, que mudou de patamar a campanha eleitoral pelos meios eletrônicos.

O presidente Jair Bolsonaro também usou sua popularidade nas redes sociais para vencer as eleições brasileiras de 2018. De lá para cá, só aperfeiçoou o método e se tornou um dos políticos mais influentes do mundo nesse segmento. Bolsonaro não para de mostrar sua força na internet. Semana passada ele participou de dois podcasts. Na noite de segunda-feira (8), no Flow Podcast, ele atingiu a marca de 574 mil pessoas acompanhando a entrevista simultaneamente. Já na manhã de sábado (13), Bolsonaro participou do Cara a Tapa e arrebanhou 450 mil pessoas ao mesmo tempo. No mesmo horário, o ex-presidente Lula tentou se aventurar pelas redes e só teve cerca de 17 mil seguidores. Uma diferença abissal, reconhecida até pelos críticos comentaristas da Globonews.

No primeiro dia de campanha, os dois principais candidatos à Presidência da República escolheram locais simbólicos para iniciar o caminho até as urnas. Lula participou de evento, ao lado de sindicalistas, no ABC paulista. E Bolsonaro foi a Juiz de Fora, em Minas Gerais, no local exato onde tomou a facada na campanha de 2018. Passados quatro anos do atentado, pouca coisa, até hoje, foi revelada sobre quem patrocinou Adélio Bispo. Os dados dos celulares dele continuam protegidos e várias perguntas permanecem sem resposta. Milhares de pessoas acompanharam o ato, lotando as ruas centrais da cidade mineira.

Nesta campanha, os candidatos a todos os cargos vão disputar a preferência de 156,4 milhões de eleitores aptos a exercer o direito ao voto nas eleições de outubro.

Pela legislação eleitoral, os candidatos estão autorizados a fazer caminhadas, carreatas com carro de som e a distribuir material de campanha até as 22h. A campanha de rua vai até 1º de outubro, um dia antes do primeiro turno.

Os comícios poderão ser realizados entre 8h e meia-noite, horário que poderá ser prorrogado por mais duas horas no caso de encerramento de campanha. Showmícios gratuitos são proibidos por lei.

Na internet, a propaganda eleitoral pode ser feita em sites e redes sociais, mas deve ser identificada como publicidade e exibir o nome do candidato, partido, coligação ou federação. A propaganda por meio de telemarketing é proibida. O impulsionamento de conteúdo por apoiadores é proibido. O disparo de mensagens só pode ser feito aos eleitores que se cadastrarem, voluntariamente, para recebê-las.

Agora é a vez do eleitor fazer sua parte. Ouvir todas as propostas e filtrar o que há de bom e de ruim em cada uma delas. Pensar no futuro do Brasil e não se deixar levar por questões sentimentais, que podem nos jogar de volta a um passado que não existe mais.

É vital, também, ajudar na fiscalização das campanhas. Impedir que estratégias obscuras enganem a população. E que o dinheiro, transportado em malas, cuecas e outros locais pouco convencionais, contamine o resultado das eleições, apelando para a compra de votos e de apoiadores.

O Brasil precisa de eleições limpas, sem agressões e com o respeitoso debate de ideias. Que cada um, antes de depositar seu voto, saiba o que deseja para o País e o melhor caminho para se chegar a esse objetivo.