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Editorial

A máquina de crescimento do agronegócio

A boa fase do agronegócio foi comemorada no Encontro Nacional do Agro promovido pela CNA, em Brasília

12 de Agosto de 2022 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
(Crédito: Jonas Oliveira / ANPr)

A agronegócio brasileiro deu mais uma demonstração de força. Ontem (11), foram publicados novos levantamentos da safra de grãos feitos pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os números apresentados confirmam mais uma vez a capacidade dos produtores agrícolas do País de manter o crescimento mesmo com todas as adversidades enfrentadas nos últimos anos.

Só para lembrar, se teve um setor que nunca parou, mesmo no auge da pandemia da Covid-19, foi o da produção de alimentos. Nossos agricultores enfrentaram todos os riscos possíveis para manter comida de boa qualidade nas nossas mesas e nas mesas de quem mora em dezenas de países espalhados pelo mundo.

Foi o agronegócio que garantir que a economia do Brasil ficasse saudável, exportando cada vez mais e gerando riqueza para milhões. Essa dívida teremos sempre para com o setor.

Segundo a Conab, a produção de grãos brasileira pode chegar, na safra 2021/2022, à marca de 271,447 milhões de toneladas. Um crescimento de mais de seis por cento. Esse aumento representa um acréscimo de quase 16 milhões de toneladas na comparação com o que foi colhido em 2020/21.

Já o IBGE aponta para uma safra recorde de 263,4 milhões de toneladas em 2022. A estimativa é 4% maior (ou 10,2 milhões de toneladas) que a safra de 2021.

Essa diferença de números se dá por conta da metodologia usada por cada um dos institutos. Um deles mede a safra de julho de um ano até junho do ano seguinte. Enquanto o outro mede a colheita no período de janeiro a dezembro. O importante é ressaltar que, qualquer que seja o método, temos muito a comemorar.

De acordo com o gerente da pesquisa realizada pelo IBGE, Carlos Barradas, boa parte desse crescimento se deve ao aumento do plantio e a ampliação da área de cultivo de grãos. “Os produtores plantaram mais porque os preços internacionais estão muito elevados, sobretudo o do trigo, por conta da guerra da Rússia e a Ucrânia, grandes produtores e exportadores de trigo”, explicou, em nota, Carlos Barradas.

O arroz, o milho e a soja são os três principais produtos da pesquisa. Somados, eles representam 91% da estimativa da produção e respondem por 87% da área a ser colhida.

Para o presidente da Conab, Guilherme Ribeiro, os agricultores aproveitaram a situação global para apostar mais nas culturas de inverno, principalmente o trigo. Na semana que vem fecha a janela de cultivo e aí teremos uma noção exata do volume que será colhido. “Para o trigo, a principal cultura de inverno, estima-se uma produção recorde de 9,2 milhões de toneladas”, acrescentou Guilherme.

A boa fase do agronegócio brasileiro foi comemorada no Encontro Nacional do Agro promovido pela Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) em Brasília. Mais de 3,5 mil produtores e lideranças rurais estiveram presentes na abertura que contou também com a presença do presidente Jair Bolsonaro.

Durante seu discurso, Bolsonaro reforçou o compromisso de apoio ao agronegócio e rejeitou a possibilidade de adoção de propostas que criem obstáculos para a produção agrícola. O presidente também desconsiderou a possibilidade de ampliação da demarcação de terras indígenas.

Bolsonaro aproveitou o evento para elogiar o trabalho do Incra na entrega de títulos de propriedade de terra. “Geraldo Melo, do Incra, fez um trabalho fantástico na titulação de terras com 370 mil títulos distribuídos. Trouxemos para nosso lado pessoal quem era escravizado pelo MST. Eles passaram a ser cidadãos e a ter dignidade e se transformaram em agricultores familiares”, afirmou Bolsonaro. “Eles sabem que aquilo (a terra) será deles. Sabem que quando passar um ônibus na frente da sua posse não terá que entrar naquele ônibus para invadir uma fazenda”, acrescentou o presidente.

O Brasil vem vivendo um ótimo momento. E quem diz isso é Paul Krugman, prêmio Nobel de Economia em 2008, em palestra, quarta-feira (10), em São Paulo. Ele afirmou que no cenário atual de crise econômica mundial, o Brasil é um dos países emergentes que melhor está preparado para enfrentar qualquer tipo de adversidade. E não só ele que pensa assim. O trabalho desenvolvido pelo ministro Paulo Guedes tem sido reconhecido em vários países. Só aqui, em solo brasileiro, alguns analistas econômicos insistem em não enxergar o óbvio.