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Editorial

Chega de má vontade e pessimismo

A economia brasileira ainda reserva muitas surpresas para os pessimistas de plantão

10 de Agosto de 2022 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
(Crédito: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil)

Apesar da má vontade de muitos analistas econômicos, tanto de instituições financeiras como da imprensa, o que era cristalino há mais de um mês agora se tornou realidade.

A inflação, no Brasil, está em queda. E uma queda muito mais rápida e forte do que se esperava. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados ontem (9).

O novo levantamento mostra que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou o mês de julho com deflação de 0,68%, a menor taxa da série histórica, iniciada em 1980. No acumulado do ano, a inflação oficial está em 4,77% e em 12 meses ficou em 10,07%.

Para o gerente da Pesquisa, Pedro Kislanov, o índice foi pressionado pela queda no preço dos combustíveis, além da tarifa de energia elétrica. A gasolina caiu 15,48%, o etanol teve redução de 11,38% e o gás veicular ficou 5,67% mais barato.

Ele explicou que a redução nos combustíveis resultou em queda de 4,51% no grupo de transportes e teve reflexo também na habitação, que caiu 1,05% com a redução de 5,78% na conta da energia elétrica.

As duas ações foram capitaneadas pelo presidente Jair Bolsonaro que há tempos luta pelo corte de impostos nos combustíveis e por uma política de preços mais justa por parte da Petrobras. O congresso também teve papel importante nesse processo, aprovando, rapidamente, a lei que limitava a cobrança de ICMS pelos Estados. A luta foi árdua, com críticas aos montes, mas o resultado está aí, aliviando o bolso do consumidor e empurrando, nos próximos meses, a inflação para um dígito. Tudo isso foi feito mesmo com o mundo vivenciando um caos econômico poucas vezes registrado em tempos de paz.

A economia brasileira ainda reserva muitas surpresas para os pessimistas de plantão. O pagamento da nova fase do Auxílio Brasil vai injetar bilhões de reais no sistema financeiro. Dinheiro que será utilizado, rapidamente, por milhões de famílias das classes mais pobres. A entrada desse dinheiro em circulação vai movimentar os pequenos negócios e se transformará numa onda de prosperidade favorecendo o comércio, os serviços e a indústria.

Ao mesmo tempo, a entrada do Auxílio Gás vai aliviar o bolso de outras tantas famílias e permitir que parte do orçamento seja destinado ao consumo. Só o Auxílio Gás vai beneficiar cerca de 5,5 milhões de famílias.

Para somar a tudo isso, na manhã de ontem foi divulgada a ata da reunião do Conselho de Política Monetária (Copom), e ela trouxe uma série de informações que tranquilizaram o mercado financeiro. A indicação dos técnicos do Banco Central é que os índices inflacionários voltaram ao rumo desejado e que não há mais a necessidade de se manter o aperto financeiro através da elevação da taxa básica de juros. “Consideramos que a ata do Copom foi mais suave do que o esperado, o que nos faz projetar a Selic parada em 13,75%, com a interrupção do ciclo de altas”, avaliaram os analistas da corretora Ativa. O mesmo sentimento se espalhou pelos quarteis generais dos principais bancos.

A maré da política econômica mudou. De onde só vinham críticas, agora começa a surgir um sentimento, ainda envergonhado, de que o Brasil tem tudo para dar certo. Os arautos da “despiora” devem estar com dificuldade de se olhar no espelho de cara limpa. E mais ainda para convencer seus seguidores que todas as avaliações errôneas foram feitas de maneira técnica e não ofuscadas pela política partidária.

A deflação, neste momento, deve ser vista como uma excelente notícia. Os preços estavam fora de controle e eram necessárias medidas mais enérgicas para arrumar a casa. O que se precisa buscar, daqui para frente, é o equilíbrio. Só assim o Brasil vai crescer de forma justa e com uma melhor distribuição de renda.