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Editorial

O respeito aos Símbolos Nacionais

Todo brasileiro deve conhecer e respeitar seus símbolos. Eles pertencem à Nação e não a este ou aquele grupo político

26 de Julho de 2022 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
(Crédito: Reprodução)

Todo país do mundo tem seus símbolos nacionais. Eles representam a identidade de cada ação e são motivo de orgulho para quem é genuinamente patriota.

No Brasil, os Símbolos Nacionais, instituídos por lei, são a Bandeira Nacional, o Hino Nacional, as Armas Nacionais e o Selo Nacional. E cada um deles é regulamentado por uma série de regras, não podem ser utilizados a bel prazer de qualquer um.

O Hino Nacional, por exemplo, deve ser sempre tocado no andamento de 120 bpm, seu canto deve ser em uníssono e, quando executado instrumentalmente, deve ser tocada a música na integra, porém sem a repetição da segunda parte. Quando executado com acompanhamento vocal, devem ser cantadas as duas partes do poema. A cantora Fafá de Belém, que tinha por hábito mudar a maneira de cantar o Hino em algumas ocasiões, chegou a ser advertida pelo Governo.

O uso da Bandeira Nacional também deve respeitar uma série de regras. Há horário para o hasteamento, para o arriamento, para a ordem de exposição da bandeira diante de outras, etc... A Bandeira não pode ficar no escuro. Se for mantida no mastro por 24 horas, precisa sempre estar iluminada. As bandeiras rasgadas ou que se deterioraram durante o ano devem ser guardadas e queimadas em cerimônia militar apenas em ocasião especial, no dia dedicado a ela, 19 de novembro.

A Bandeira Nacional é de todos nós. E temos o direito de empunhá-la sempre e em todos os lugares. Atitudes como a da juíza Ana Lúcia Todeschini Martinez, do Rio Grande do Sul, que enxergou propaganda política dos simpatizantes do presidente Jair Bolsonaro no uso da bandeira, devem ser repudiadas. Ninguém pode tentar proibir o brasileiro de ostentar com orgulho um dos maiores símbolos da Pátria. O Tribunal Gaúcho já se reuniu e desautorizou a absurda posição da magistrada, que perdeu uma grande chance de permanecer calada.

Todo brasileiro deve conhecer e respeitar seus símbolos. Eles pertencem à Nação e não a este ou aquele grupo político. Diante disso, a atitude da cantora Bebel Gilberto, num show nos Estados Unidos, deve sempre ser condenada. Não há justificativa que possa atenuar o ato praticado, nem as desculpas jurando arrependimento, depois de feito o mal.

Para quem não está por dentro da história, Bebel Gilberto, filha de João Gilberto e sobrinha de Chico Buarque, recebeu de um espectador, durante uma apresentação, uma bandeira do Brasil. Proferiu algumas palavras em inglês, atirou a bandeira no chão e sapateou e sambou sobre um de nossos símbolos mais importantes. Cena triste que causou indignação nas redes sociais. O pior de tudo é que algumas pessoas ainda tentaram justificar a atitude tresloucada da moça.

Os símbolos do País são protegidos por lei e quando destruídos ou ultrajados em público, o autor está passível de punição. Segundo a Lei 5.700, de 1971, o ato de Bebel é uma contravenção que pode gerar multa de até R$ 4 mil, mas não a prisão. Já o Decreto Lei nº 898, de 29 de setembro de 1969, define que a destruição pública dos símbolos nacionais pode render detenção de 2 a 4 anos.

No que tange ao respeito à Bandeira Nacional o melhor mesmo é ficar com os verdadeiros representantes do Brasil. Ayrton Senna sempre demostrou carinho com o símbolo.

Em 1986, Senna tinha acabado de vencer o GP de Detroit, nos Estados Unidos, e em sua volta de desaceleração, viu um torcedor do lado da pista com uma bandeirinha do Brasil. Ele não hesitou em parar, pegar a bandeira, e dar uma volta com ela em punho, em um gesto que seria eternizado em muitas e muitas conquistas. A cada gesto mais e mais pessoas se emocionavam com a atitude desse herói das pistas.

Nas Olimpíadas, a bandeira brasileira no pódio sempre arranca lágrimas mesmo dos corações empedernidos. Joaquim Cruz, em Los Angeles, os meninos e as meninas do vôlei, a geração de Paula e Hortência no basquete, e mais recentemente, no Japão, a brava equipe da vela, do surf, do skate, do judô, do boxe, e o choro do canoísta Isaquias Queiroz e de Alisson dos Santos do atletismo. Esses todos sim, patriotas, com muito orgulho.

Cabe a nós brasileiros zelarmos por nossos símbolos, por nossa identidade. Não há motivação política ou ideológica suficiente que autorize qualquer ato de desrespeito. Quem o pratica deve ser lançado ao limbo do esquecimento. Não merece ser tratado como brasileiro.