O ano era 1903. O mundo ainda não conhecia o avião. O Brasil era governado por Rodrigues Alves que fazia os últimos acertos com a Bolívia para anexar o Acre ao território nacional. As feiras de muares já tinham se encerrado em Sorocaba, mas as tropas vindas do sul ainda circulavam pelas ruas do Centro. O século XX engatinhava quando o jornal Cruzeiro do Sul foi lançado.

A data, 12 de junho. O Cruzeiro começou pequeno, quase artesanal. As primeiras edições retratavam o cotidiano da época. Nos bastidores da política o assunto era a possível candidatura do coronel Fernando Prestes à Presidência. Só faltava um sim dele próprio, já que o apoio do presidente Rodrigues Alves estava garantido. Fernando Prestes, que já tinha sido governador de São Paulo, ocupava, em 1903, o cargo de deputado federal na capital do Brasil, na época o Rio de Janeiro. E lá ficou até 1907.

O jornal também trazia em sua edição uma reportagem sobre o excesso de cachorros sem dono perambulando pelas ruas da cidade. Uma verdadeira afronta ao cidadão. A coluna do leitor já estava presente nas páginas do velho Cruzeiro, bem como a necrologia e outros temas que se mantêm vivos até hoje.

Aos poucos o Cruzeiro do Sul foi ganhando fama, se estabelecendo e crescendo. Os primeiros donos, Joaquim de Camargo Pires e João Clímaco, se desfizeram do jornal e, por décadas, ele passou por vários donos até o ano de 1963 quando foi adquirido por 21 membros da Loja Maçônica Perseverança III. A ideia, na época, era usar a força e a arrecadação do jornal para manter as atividades filantrópicas realizadas pelo grupo. No ano seguinte, 1964, foi criada a Fundação Ubaldino do Amaral (FUA) que se encarrega, até hoje, de manter a estrutura do Cruzeiro do Sul.

Da década de 1960 para cá o jornal cresceu, se modernizou e se tornou referência na região de Sorocaba. E nem mesmo a onda provocada pela internet, pelas redes sociais e pelas novas tecnologias, que dizimou centenas de jornais pelo Brasil, atingiu o Cruzeiro do Sul. que segue forte e uma referência em informação de qualidade.

“O Cruzeiro do Sul é um jornal que preserva sua essência principal de informar, permitindo que cada leitor interprete as notícias do seu ponto de vista” conta o presidente do Conselho de Administração da Fundação Ubaldino do Amaral, Hélio Sola Aro. “Os desafios são muitos, o impresso passa por transformações diárias no mundo e não estamos fora desse contexto, são ações cotidianas para manter o vigor das informações nas páginas impressas do jornal Cruzeiro do Sul, estamos nos modernizando também nas plataformas digitais”, concluiu Hélio Sola Aro.

Informar com qualidade, agilidade e credibilidade, esse é o desafio diário do Cruzeiro do Sul nestes 119 anos de circulação ininterrupta. O mundo mudou muito desde a data da criação do jornal. Hoje o Cruzeiro não é apenas um jornal impresso lançado pelo entregador na porta das casas nas primeiras horas do dia. É um veículo de imprensa que atualiza, minuto a minuto, todas as informações relevantes de Sorocaba, da região, do Brasil e do mundo.

As informações estão disponíveis para todos, indistintamente, no site do Cruzeiro do Sul e nas redes sociais do jornal. Tudo está lá, a um clique de distância do leitor. Sem deixar de lado, é claro, aqueles que gostam de folhear o impresso logo cedo, junto com o café da manhã.

A missão do jornal Cruzeiro do Sul, desde suas origens, é contar as histórias de Sorocaba. Denunciar os malfeitos, cobrar o poder público e também divertir e entreter. Um trabalho árduo, realizado por profissionais dedicados que não medem esforços para garantir informação nova, o tempo todo, disponível para os leitores.

Que esses primeiros 119 anos sirvam de base para um mundo novo que vem por aí. E que muitos outros aniversários possam ser celebrados entre o Cruzeiro do Sul e Sorocaba.