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Editorial

Desemprego em queda, economia em alta

Um processo que não pode parar, nem ser substituído por arroubos populistas

02 de Junho de 2022 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
(Crédito: Agência Brasil )

A taxa de desemprego no Brasil caiu para 10,5% no trimestre encerrado em abril. É o menor nível desde 2016, quando o País enfrentou forte recessão provocada pelas medidas econômicas da ex-presidente Dilma Rousseff, do PT. O desemprego, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado na terça-feira (31), mostra uma queda de 0,7 ponto percentual no trimestre encerrado em abril, na comparação com o trimestre anterior, e de 4,3 pontos percentuais na comparação anual.

O resultado foi melhor que o esperado pelo mercado financeiro. Pela avaliação média de 25 consultorias e instituições financeiras, divulgadas nos últimos dias, a expectativa era de uma taxa de 10,9% no trimestre encerrado em abril. Segundo as projeções, o intervalo da estimativa variava de 10,7% até 11,2%. Ou seja, ninguém acertou.

De acordo com o IBGE, esta é a menor taxa para um trimestre encerrado em abril desde 2015, quando a desocupação ficou em 8,1%. O número de pessoas ocupadas chegou ao recorde histórico de 96,5 milhões, a maior taxa da série iniciada em 2012, com um aumento de 1,1% na comparação trimestral. A alta foi de 1,1 milhão de pessoas no trimestre e de 9 milhões de ocupados no ano.

De acordo com a coordenadora da pesquisa, Adriana Beringuy, a queda na desocupação vem se mostrando sustentada desde o trimestre encerrado em julho de 2021, com avanços nos setores de transporte, armazenagem e correio, administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais.

“O grupo administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais foi impulsionado pelo crescimento em educação, que inclui tanto a rede pública como a privada. Em outros serviços, destaca-se o aumento nos serviços de embelezamento, como cabeleireiros, manicure e esteticista”, explicou a analista.

O nível da ocupação, que representa o percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, foi estimado em 55,8%, uma alta de 0,5 ponto percentual na comparação trimestral e de 4,8 pontos percentuais ante igual trimestre do ano anterior.

Já a força de trabalho, que soma as pessoas ocupadas e as desocupadas, foi estimada em 107,9 milhões de pessoas, um aumento de 0,4% em comparação ao trimestre encerrado em janeiro e de 5,1% frente ao mesmo trimestre de 2021. Este é o maior contingente de pessoas na força de trabalho da série.

O IBGE aponta ainda para o aumento no número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado, chegando a 35,2 milhões de pessoas. Na comparação trimestral o aumento foi de 2% e na anual houve crescimento de 11,6% no emprego formal.

“Nesse trimestre, estamos diante da manutenção do processo de retração da taxa de desocupação, que vem ocorrendo desde o trimestre encerrado em julho de 2021, em função, principalmente, do avanço da população ocupada nos últimos trimestres”, destacou a coordenadora do IBGE.

Os setores que mais empregaram no período foram o comércio, os serviços de reparação de veículos automotores e motocicletas e também de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas. Os empregados no setor público ficaram estáveis em 11,5 milhões de pessoas.

Os setores de ocupação informal se mantiveram estáveis na comparação trimestral. Com isso, a taxa de informalidade caiu 0,3 ponto percentual no trimestre anterior, para 40,1% da população ocupada, totalizando 38,7 milhões de pessoas.

Já na comparação anual, houve aumento de 20,8% no número de empregados sem carteira assinada no setor privado, chegando ao recorde histórico de 12,5 milhões de pessoas. Os trabalhadores por conta própria subiram 7,2% no ano, chegando a 25,5 milhões de pessoas.

A economia, mais uma vez, mostra sinais claros de recuperação. O número de empregos cresce e mais gente consegue voltar ao mercado de trabalho. O nível salarial ainda está abaixo do esperado, mas é um caminho longo de recuperação. Um processo que não pode parar, nem ser substituído por arroubos populistas que queiram desestruturar o que a duras penas foi construído nos últimos anos.