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Editorial

A inclusão dos ‘pets‘ na sociedade

Segundo o Instituto Pet Brasil, o País tem 32.675 estabelecimentos comerciais especializados no mundo pet

17 de Maio de 2022 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
(Crédito: Divulgação)

O Brasil tem perto de 140 milhões de pets, entre cachorros, gatos, aves de canto e ornamentais. Um mundo de gente está ligado a esses bichos que trazem alegria e conforto para milhares de lares. Esse mercado também movimenta uma enorme soma de dinheiro.

Em 2021, por exemplo, o faturamento do mercado pet passou dos R$ 46 bilhões. A previsão para 2022 é esse valor fique acima dos R$ 50 bilhões. E o número tende a crescer ano a ano. A pandemia fez com que mais gente ficasse em casa e a procura por animais de estimação e por acessórios e serviços para eles se acelerasse. Cada dia surge uma nova facilidade nas áreas de saúde, beleza, vestuário e brinquedos. Parques, shoppings, hotéis e restaurantes tem se adaptado para receber os animais. O selo “pet friendly” aparece num número cada vez maior de negócios.

Os criadores, ou tutores, não medem esforços para agradar cada vez mais seu bichinho. Investem em alimentação saudável, passeios, treinadores e até “psicólogos” especializados no assunto.

A palavra “pet” vem da língua inglesa e é cada vez mais usada no vocabulário brasileiro para se referir aos animais de estimação. Apesar de ter virado moda há poucas décadas, o termo teria sido usado, pela primeira vez, no fim do século 14, na Escócia e no norte da Inglaterra. Há registros de que em 1530, o termo “pet” já era empregado para se distinguir os animais prediletos, ou favoritos, dos outros. E é isso mesmo que se vê no dia a dia.

Segundo o Instituto Pet Brasil, o País tem hoje 32.675 estabelecimentos comerciais especializados no mundo pet. As famílias, antes de adotar um animal, devem pensar nos custos para sua criação. Esse valor deve ser incluído no orçamento mensal. Pelas projeções, o custo médio mensal de um cão de pequeno porte é de R$ 274,37. Os cães de grande porte custam cerca de R$ 425,24. Isso sem contar veterinário, vacina, banho e outros luxos.

Atualmente, o Brasil tem a segunda maior população de cães, gatos e aves de criação do mundo e é o terceiro maior país em população total de animais de estimação. São 54,2 milhões de cães, 23,9 milhões de gatos, 19,1 milhões de peixes, 39,8 milhões de aves e mais 2,3 milhões de outros animais. O mercado pet já representa 0,36% do PIB brasileiro, à frente dos setores de utilidades domésticas e automação industrial. Dissecando esses números, o segmento de alimentação responde pela maior fatia desse mercado, cerca de 74% do faturamento. Depois vem os serviços, com 17,7% e os cuidados em geral com 8,4%. O consumo do mercado pet está concentrado na classe média, que prioriza banho e tosa, alimentação e vacinação e não investe tanto em acessórios de luxo.

Outra tendência, cada vez mais crescente, é a participação dos pets nas redes sociais. Todo mundo quer mostrar as estripulias e o carisma do seu animal de estimação. Alguns vídeos com esses personagens acabam conquistando milhares de visualizações.

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), o desenvolvimento do mercado reflete o reconhecimento dos benefícios da interação entre humanos e animais para a saúde de ambos. Os animais de estimação, hoje, são parte da família. A longevidade e o estilo de vida solitário nas grandes cidades aumenta a importância dos pets na vida das pessoas. Além disso, os animais de estimação são considerados fundamentais em tratamentos terapêuticos e em políticas de inclusão social.

Ao mesmo tempo que o mercado pet cresce, a sociedade busca se adaptar a essa nova realidade. O poder público, de todas as esferas governamentais, tem criado leis para regulamentar a criação e combater, principalmente, os maus-tratos. A Câmara de Sorocaba, por exemplo, debateu, nas últimas sessões, um projeto de lei de autoria da prefeitura, que estabelece multas bastante pesadas para quem tratar mal os animais. Os valores dessas multas, se o projeto for aprovado, podem chegar a R$ 50 mil.

Adotar um animal e criá-lo é um gesto de carinho que deve ser respeitado. Essa multidão de pets que invade ruas e praças espalha alegria e descontração. Move também receitas milionárias. O mundo pet gera empregos, pesquisa científica, desenvolvimento industrial e muito mais. Não há como se pensar num mundo futuro sem a presença deles nos lares das famílias.