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Editorial

Fiscalização combate furto de fios e cabos

O maior prejuízo hoje é para o consumidor que fica sem telefone e internet

05 de Maio de 2022 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
(Crédito: Divulgação / Secom Sorocaba)

O poder público deflagrou uma importante operação esta semana. Foi iniciada a fiscalização de ferros velhos com o objetivo de coibir a receptação e a comercialização de produtos furtados e roubados. Nos primeiros estabelecimentos vistoriados, uma série de irregularidades foi constatada.

Coordenada pela secretaria do Gabinete Central da prefeitura de Sorocaba, a Operação Ferro Velho tem a participação da Polícia Militar, da Guarda Civil Municipal, e de fiscais de urbanismo, da saúde, da zoonoses e de obras.

O alvo principal da operação é o comércio de fios, cabos e metais furtados de residências, galpões e prédios por toda a cidade. Em troca de uns poucos reais, ladrões invadem casas desocupadas e acabam com a fiação elétrica, roubam as torneiras, os registros e tudo que podem levar e que renda alguma coisa.

As ações dos criminosos em busca de metais, principalmente o cobre, têm causado também um número cada vez maior de interrupções no funcionamento de semáforos, nas redes de telefonia e em casos extremos, nem as tampas de bueiro tem escapado da mira dos marginais.

Só no ano de 2021, em todo Brasil, foram furtados ou roubados, 4,2 milhões de metros de cabos de telefonia, segundo dados da Brasil Conexis Digital, entidade que representa as operadoras. Só em São Paulo, o número passou de 1 milhão de metros, uma pequena redução na comparação com 2020.

“O maior prejuízo hoje é para o consumidor que fica sem acesso ao serviço de telefonia e internet e, com isso, sem acesso a serviços como bombeiros, polícia e emergências médicas”, explicou Marcos Ferrari, diretor executivo da Brasil Conexis Digital.

O destino desse material quase sempre é o ferro-velho. E quem compra nunca se lembra, por descuido ou conivência, de pedir documentos que comprovem a origem dos produtos ofertados. Para os proprietários dos imóveis e inquilinos sobra o prejuízo da destruição causada pelos bandidos.

Ao combater a receptação de objetos roubados o poder público dificulta a ação dos bandidos. Sem ter para quem vender, o material fica encalhado, sem serventia alguma para quem buscou o lucro fácil.
Três estabelecimentos foram vistoriados na terça-feira (3), pelos integrantes da Operação Ferro Velho. Um deles, no Jardim Piratininga, foi multado e interditado. No dia anterior o proprietário já tinha sido notificado pela Prefeitura e a investigação confirmou que o local havia receptado produtos furtados. Durante a fiscalização, mais de 150 quilos de fiação e outros objetos, todos sem procedência, foram apreendidos no local. O responsável e mais um funcionário do estabelecimento foram indiciados e presos por receptação.

Outros dois pontos, um na Vila Rica e outro no Jardim Faculdade, foram notificados devido a irregularidades administrativas. Durante as abordagens, um homem, que era procurado pela Justiça, foi preso. Os responsáveis pelos estabelecimentos vistoriados foram notificados e orientados sobre resoluções e leis que disciplinam o funcionamento do comércio, assim como quanto à falta de projeto das instalações. Agentes da Zoonoses fizeram a dedetização do espaço, devido à constatação de recipientes com água parada.

Há quase dez anos, o Estado de São Paulo tem uma política de combate ao furto e roubo de fios e cabos metálicos. O problema é que os crimes, como são de menor potencial ofensivo, acabam não sendo investigados com a mesma celeridade de um roubo a banco, por exemplo, ou de um homicídio.

Iniciativas de fiscalização como estas implantadas pela Prefeitura de Sorocaba com a parceria da Polícia Militar, ajudam a impedir que esse tipo de ação delituosa continue crescendo. Cortar o caminho até o receptador é um bom início para se chegar aos grupos especializados. O importante é que essas operações sejam constantes, duradouras e que realmente punam e prendam aqueles que agem fora da lei.