O Brasil fechou 2021 com 2,73 milhões de vagas formais de trabalho -- aquelas que possuem carteira de trabalho assinada -- a mais, segundo dados divulgados anteontem pelo Ministério do Trabalho.
Ao longo do ano, foram registradas 20.699.802 admissões e 17.969.205 desligamentos.

O saldo positivo não chega a ser novidade, afinal, depois de um 2020 em que todo o planeta foi extremamente abalado economicamente por conta da pandemia, nada mais natural -- e necessário -- do que uma retomada, o que começou a acontecer já no ano passado.

Os estudos divulgados, porém, revelam alguns dados interessantes. Em números absolutos, São Paulo liderou com folga o ranking das cidades que mais criaram postos de trabalho. A vantagem para o Rio de Janeiro, segundo colocado, foi grande: a capital paulista, cidade mais populosa do País, gerou 336.836 vagas, mais de quatro vezes o número de vagas da capital fluminense, com 81.389.

Entre as 50 cidades que mais criaram vagas no ano passado, 20 são capitais, incluindo as nove primeiras posições. A “não capital” mais bem posicionada na lista é Barueri, na Grande São Paulo, em 10º lugar. Na outra ponta, Sertânia, em Pernambuco, liderou o fechamento de postos formais, com 1.659 vagas a menos. Entre as dez cidades que mais perderam vagas, apenas o Estado de São Paulo aparece com mais de uma na lista: Louveira e São Lourenço da Serra.

E dentro desses rankings, Sorocaba fez jus ao apelido de Manchester Paulista. No levantamento nacional das que mais abriram vagas formais em 2021, a cidade ocupa uma ótima 22ª colocação, inclusive à frente de capitais como Campo Grande (23º lugar), Florianópolis (25º), Natal (27º) e Teresina (33º).

Em nível local, o desempenho de Sorocaba também é de destaque, com a sexta colocação entre todos os municípios do Estado de SP, à frente de cidades importantes como São Bernardo do Campo (7º lugar no Estado e 24º no geral), Guarulhos (8º no Estado e 28º no geral), Jundiaí (9º no Estado e 37º no geral), Santo André (10º no Estado e 40º no geral), Franca (11º e 41º), Cotia (12º e 45º), Santos (13º e 47º) e São José do Rio Preto (14º e 49º).

Dessa forma, a cidade conseguiu ficar à frente inclusive de municípios do entorno da capital, que acabam se beneficiando da pujança de São Paulo.

Para chegar a essa posição, Sorocaba fechou o ano passado com saldo positivo de 13.938 vagas de emprego com carteira assinada. Em todo 2021, somente os meses de abril (-272 vagas) e dezembro (-1.299 vagas) fecharam no negativo, enquanto os demais 10 meses apresentaram números positivos.

Conforme os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o mês de fevereiro passado foi o que apresentou melhor desempenho na geração de empregos durante todo o ano, com 2.600 vagas formais preenchidas.

Já o resultado negativo de dezembro de 2021, quando houve 7.690 admissões e 8.989 desligamentos, com perda de 1.299 vagas, encerrou uma sequência consecutiva de sete meses de resultados positivos no saldo de empregos.

Mas trata-se de um cenário esperado pois, como ocorre rotineiramente no Brasil, é em dezembro que temos as comunicações de demissão daqueles funcionários que trabalham no regime temporário, sobretudo no comércio. Tanto que em novembro a cidade gerou 2.005 vagas com carteira assinada e mais 2.491 em outubro.

Portanto, com um parque industrial de peso, a geração de emprego é contínua na cidade, tanto que muitas vezes há falta de mão de obra qualificada. Que Sorocaba continue a gerar empregos, pois essa é uma das chaves para a retomada econômica.