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O retorno

Hora de retomar diversos cuidados

Explosão de casos de Covid no País acende sinal de alerta. Medidas precisam ser tomadas. A providência número 1 é completar o esquema vacinal

28 de Janeiro de 2022 às 00:31
Cruzeiro do Sul [email protected]
Nas últimas semanas, o mundo vem registrando explosão de novos infectados
Nas últimas semanas, o mundo vem registrando explosão de novos infectados (Crédito: Gett Images)

Quando tudo parecia caminhar para uma situação bem mais controlada da pandemia e, consequentemente, um 2022 promissor para a retomada econômica, eis que a nova pedra surgida no caminho -- a variante Ômicron -- atrapalha tudo e traz de volta preocupações e temores em relação à Covid-19.

Nas últimas semanas, o mundo vem registrando explosão de novos infectados. A situação também atingiu o Brasil, claro.

Anteontem, por exemplo, foram registrados 224.567 novos casos no País, com média móvel de 161.870, novo recorde pelo nono dia seguido (sem computar os dados de ontem).

A alta de contaminados está refletindo no aumento de óbitos. Se recentemente o Brasil chegou a ficar abaixo da casa de 100 mortes por Covid por dia, na quarta (26) o País registrou 606 óbitos pela doença. A média semanal de vítimas, que elimina distorções entre dias úteis e fim de semana, ficou em 369. É o maior número de óbitos na média móvel desde 20 de outubro. Somente o Estado de São Paulo registrou 172 mortes por coronavírus na quarta. Outros três Estados também superaram a barreira de 50 óbitos: Goiás (86), Minas Gerais (62) e Rio Grande do Sul (57).

Por conta da Ômicron, a taxa de transmissão no Brasil, de acordo com o Imperial College, de Londres, subiu para 1,78 esta semana. É a mais alta para o País desde, pelo menos, julho de 2020. Na última semana, o índice estava em 1,35. Na prática, a taxa de 1,78 significa que cada 100 pessoas infectadas transmitem o vírus para outras 178. Pela margem de erro das estatísticas, essa taxa pode ser maior (de até 1,94) ou menor (de 1,61). Quando o ritmo de contágio é superior a um, a doença avança. Quando é menor, ela recua.

Como reflexo, números do Observatório Fiocruz atestam que em sete unidades da Federação a ocupação dos leitos de UTI Covid-19 ultrapassa 80%. O Distrito Federal, por exemplo, chegou à ocupação máxima e já começou a retomar medidas restritivas.

Em São Paulo, as novas internações por Covid-19 ou suspeita da doença subiram 152% em três semanas. Diante desse cenário, o governo anunciou a abertura de 700 novos leitos ao longo dos próximos dez dias, para atender pacientes com sintomas respiratórios. Serão 266 unidades de terapia intensiva (UTIs) e 434 leitos clínicos distribuídos em hospitais de todo o Estado.

No Estado, a média móvel de novas internações por dia estava em 552 no início do mês. Com o avanço da nova variante, o índice saltou para 1.393 na última semana. Na quarta-feira, a ocupação de leitos de UTI no Estado era de 68,67%, mas diversas cidades já apresentavam lotação.

Como não poderia deixar de ser, a explosão de casos também atinge Sorocaba e região. Após registrar recorde de 1.075 casos confirmados de Covid-19 na quarta (26), ontem a cidade duplicou esse número, com mais 2.020 confirmações. É, disparado, o maior número de positivações desde o início da pandemia. Os dados da Secretaria de Saúde mostram que, entre terça e ontem, os casos, somados, chegam a 4.063 na cidade.

A prefeitura decidiu reabrir o Centro de Estabilização (CTE) na Unidade Básica de Saúde (UBS) São Guilherme. O local deve contar, a partir de fevereiro, com mais 40 leitos Covid -- sendo 20 clínicos e 20 de Suporte Ventilatório Pulmonar (SVP). Novas ações para disponibilização de mais leitos em outros hospitais da cidade também estão a caminho.

Portanto, a situação é de alerta. Medidas precisam ser tomadas também pela população, claro. A providência número 1 é se vacinar. Está mais do que provado que a vacina é o melhor instrumento de proteção contra a Covid.

Estudos e levantamentos, no Brasil e exterior, mostram que, atualmente, mais de 90% dos casos graves da doença ocorrem com pessoas que não tomaram a vacina ou que não completaram o ciclo vacinal. Portanto, é hora de manter a imunização em dia, não apenas para se proteger, mas também para proteger o próximo, familiares e amigos.

A alta parcela de pessoas que não voltaram aos postos para receber a segunda ou dose de reforço é uma das preocupações das secretarias de Saúde.

Outro ponto é a vacinação infantil. Ela tem de seguir avançando, sem ser prejudicada por notícias falsas, negacionismo e picuinhas. As crianças representam um enorme contingente e precisam ser imunizadas.

Deve-se manter a obrigatoriedade de cuidados sanitários e, se necessário, retomar algumas medidas de restrição.

Tudo o que o brasileiro não precisa neste momento é aquele desespero com hospitais lotados, mortes e temor generalizado. Como sempre dissemos, o combate a esse vírus traiçoeiro é longo, repleto de altos e baixos. É hora de novamente estarmos juntos e unidos na trincheira para sairmos vitoriosos dessa situação.