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Pandemia

O jogo contra a Covid ainda não acabou

Como em um jogo de futebol contra um adversário agressivo, o momento é de se fechar na defesa

16 de Janeiro de 2022 às 01:03
Cruzeiro do Sul [email protected]
Covid-19 e as partidas de futebol
Covid-19 e as partidas de futebol (Crédito: NIAID)

A pandemia da Covid-19 fez as duas últimas edições do Campeonato Paulista de futebol serem realizadas de forma atípica. Em 2020, o campeonato se estendeu por quase oito meses, de 22 de janeiro e 8 de agosto, com as partidas paralisadas entre março e julho, durante a primeira onda da doença.

No ano passado, ainda por conta do coronavírus, os jogos não tiveram a presença do público. Agora, quando todos contavam com a plenitude da volta da torcida aos estádios paulistas -- incluindo o São Bento, que disputa a Série A2 --, o Governo do Estado entendeu ser prudente recomendar que organizadores de eventos públicos, incluindo estádios e arenas esportivas, reforcem ações de prevenção da doença e limitem o público a 70% da ocupação dos espaços.

A medida em muito se deve à variante Ômicron, que elevou o número de casos de Covid-19 em São Paulo. O número de internados pela doença no Estado dobrou, de 1,7 mil no fim de dezembro para quase 3,5 mil no meio da semana. Já o total de pacientes em UTI subiu 58% no mesmo período, de 1.096 para 1.727.

Os índices fizeram com que o coordenador-executivo do Centro de Contingência do Coronavírus paulista, João Gabbardo, sugerisse às prefeituras a redução em 30% -- de 100% para 70% -- da capacidade máxima de público em eventos, dependendo da situação epidemiológica de cada região.

No caso do futebol, entretanto, o recado foi mais efetivo -- tratando-se de determinação, já acatada pela Federação Paulista de Futebol (FPF), a qual afirma seguir, juntamente dos clubes paulistas, desde o início da pandemia de Covid-19, todas as diretrizes técnicas e científicas no combate à doença.

Paralelamente, a FPF repensou o protocolo sanitário para a competição, e estuda exigir o passaporte de vacina para todos os jogadores dos 16 clubes da elite do futebol estadual, limitando a entrada em campo para aqueles que tenham ao menos duas doses da vacina contra Covid-19 -- ou a dose única, no caso da Janssen. A maioria dos times na disputa do Paulistão já está com seus atletas em dia.

O Estado de São Paulo tem 82,25% da população total vacinada ao menos com uma dose contra o coronavírus, e 79,02% com duas doses ou aplicação única. E em todo o País, 144,7 milhões receberam a segunda dose ou um imunizante de aplicação única -- o que representa 67,86% da população com duas doses ou a vacina da Janssen.

Faltando duas semanas para o início do Paulistão, alguns jogos já tinham público confirmado -- como Inter de Limeira x Santos, que acontecerá no dia 26, no estádio Major Levy Sobrinho, em Limeira. Com a medida, partidas que esperavam casa cheia sofrerão alterações.

É inegável que a receita de bilheteria impacta na saúde financeira dos times, principalmente os menores, mas há uma outra saúde que não tem preço e precisa, prioritariamente, ser preservada: a de todos os envolvidos na competição, como jogadores, comissão técnica, árbitros, jornalistas, torcedores e prestadores de serviços diretos e indiretos.

Como em um jogo de futebol contra um adversário agressivo, o momento é de se fechar na defesa e aguardar o melhor momento para, enfim, vencer.