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Editorial

Ômicron: cuidado, sim! Pânico, não!

Estamos muito mais preparados para enfrentar a nova variante do que antes. Hora de seguir se vacinando e se cuidando

04 de Dezembro de 2021 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
(Crédito: Fábio Rogério / Arquivo JCS)

O aparecimento de uma nova variante do coronavírus -- Ômicron -- vem despertando variadas reações ao redor do mundo. Elas vão desde pessoas que ignoram a existência da nova cepa até gente à beira de um ataque de nervos diante da situação.

Registrada pela primeira vez no sul da África, a Ômicron expandiu suas fronteiras rapidamente. Já foram anunciados casos em quase 30 países de todos os continentes. Entre eles há contágios vinculados a viagens para o continente africano, mas também de transmissão local.

Ainda em fase de estudos, tudo indica que a Ômicron tenha alto potencial de transmissão, de acordo com a cientista-chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Soumya Swaminathan. Contudo, ela mesmo ponderou que o momento é de atenção, não de pânico.

Evidentemente precisamos estar preparados e cautelosos, mas não há necessidade -- e nem adianta -- se desesperar. São vários os motivos a serem considerados. Primeiramente temos de lembrar que estamos em uma situação bem diferente do início da pandemia ou mesmo de um ano atrás, ou seja, muito mais preparados. Até do ponto de vista emocional, já passamos daquela fase de estupefação com a -- então -- “nova realidade”.

Em seguida, há toda a questão técnica. Ao custo de muito sofrimento, aprendemos a lidar e a tratar de forma mais eficiente os pacientes com Covid. Já passamos também pelo processo de criação das vacinas, que vêm sendo constantemente aprimoradas. Estamos inclusive na fase de desenvolvimento de medicações contra o vírus. Também, com erros e acertos, colocamos em prática uma vacinação em escala mundial contra a Covid. Portanto, a situação é completamente distinta de quando fomos pegos de surpresa pelo vírus inicialmente devastador.

Temos de lembrar ainda que até o momento não há registro de mortes ligadas à variante. Portanto, é cedo para tirar conclusões. Quando do surgimento da Delta, que acabou se tornando a cepa predominante em todo o planeta, com 99% das infecções, houve um princípio de pânico que -- ao menos aqui no Brasil -- não se confirmou.

Com o avanço da vacinação, as medidas sanitárias e a conscientização da maior parte da população, podemos dizer que nós aprendemos a conviver com o vírus. E a melhor resposta para tudo isso é vacinação e cuidado.

Todos os números demonstram que a pandemia está recuando em São Paulo, porém a precaução nesse momento sensível de mudanças é primordial para evitar que voltemos a enfrentar surtos nas cidades paulistas.

Uma semana depois de anunciar a flexibilização do uso de máscaras em locais abertos, que teria início em 11 de dezembro, o governo do Estado de São Paulo decidiu atender a recomendação do Comitê Científico e voltou atrás, mantendo a exigência do equipamento em espaços abertos. Um dos motivos é justamente a ameaça da nova variante ômicron. A decisão é acertada pois mostra prudência frente ao cenário epidemiológico.

Os períodos de Natal e Réveillon costumam provocar aglomerações, o que facilita a transmissão de doenças respiratórias como a Covid. E devido a essa avaliação, muitas capitais brasileiras já anunciaram o cancelamento das festas de final de ano e outras tantas repensam o Carnaval de 2022. Fortaleza e Salvador são dois exemplos de cidades importantes que já abriram mão das festas em favor da saúde.

Basta bom senso para saber que, no momento, é um tanto quanto arriscado afrouxar muito as rédeas da prevenção à Covid.

Portanto, além de seguir o cronograma da vacinação, precisamos continuar mantendo certos cuidados, a fim de evitarmos a contaminação. Temos de seguir vencendo a guerra contra a Covid. O coronavírus tem sido um inimigo traiçoeiro numa jornada de muitas batalhas, nas quais infelizmente já perdemos muita gente. O vírus, porém, também nos ensinou bastante coisa, como por exemplo a importância das regras sanitárias. Assim, como bons alunos, devemos aprender e refletir sobre os cuidados essenciais na prevenção.

As vacinas e o uso de máscaras nos permitiram reconquistar novamente o “normal” da vida, mas não podemos fraquejar nesse momento. Então, por mais que se flexibilize alguns cuidados, é de suma importância que você continue fazendo sua parte.

Tome as doses da vacina, use máscara, evite aglomerações, higienize sempre as mãos e continue trabalhando para que nosso País não pare e volte a se desenvolver novamente.

Não baixe a guarda agora, sejamos persistentes, e, certamente, sairemos fortalecidos. A vida continua, e a prevenção contra o coronavírus também.