Sorocaba teve ontem mais um exemplo de que, na política, o mais importante é fazer o bem para a população, independentemente de partido, número ou cor de camisa. Pela primeira vez na história, Sorocaba contará com o serviço de transplante de medula óssea para atender a cidade e toda a região. A assistência será feita no Hospital do Gpaci (Grupo de Pesquisa e Assistência ao Câncer Infantil) e foi possível pela intermediação do deputado federal Capitão Derrite. A previsão é que o serviço de transplante seja iniciado a partir de 2022.

O anúncio foi feito pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que visitou a cidade ontem. Trata-se de uma grande vitória. Afinal, para muitos pacientes oncológicos e hematológicos, o transplante de medula óssea (TMO) representa a grande chance de vencer a doença. É um tipo de tratamento proposto para algumas doenças que afetam as células do sangue, como as leucemias e os linfomas, e consiste na substituição de uma medula óssea doente ou deficitária por células normais de medula óssea, com o objetivo de reconstituição de uma medula saudável.

O transplante pode ser autogênico -- quando a medula vem do próprio paciente -- ou alogênico -- quando ela vem de um doador. O processo tem início com testes de compatibilidade, nos quais são analisadas amostras do sangue do receptor e do doador, buscando a melhor compatibilidade possível a fim de evitar rejeição, bem como outras complicações como a agressão de células do doador contra órgãos do receptor. A partir disso, o doador é submetido a um procedimento feito em centro cirúrgico, sob anestesia, e que tem duração de cerca de duas horas. São realizadas múltiplas punções, com agulhas, nos ossos posteriores da bacia e é aspirada a medula -- um tecido líquido-gelatinoso que ocupa o interior dos ossos, sendo conhecida popularmente por “tutano”. Na medula óssea são produzidos os componentes do sangue: as hemácias (glóbulos vermelhos), os leucócitos (glóbulos brancos) e as plaquetas. Esta retirada não causa qualquer comprometimento à saúde.

No transplante, o paciente é submetido a um tratamento que ataca as células doentes e destrói a própria medula. Então, ele recebe a medula sadia como se fosse uma transfusão de sangue. Uma vez na corrente sanguínea, as células da nova medula circulam e vão se alojar na medula óssea, onde se desenvolvem.

Não é preciso dizer o quanto é fundamental a sensibilização da sociedade para a doação de sangue e medula óssea.

Durante sua visita a Sorocaba, o ministro almoçou com o prefeito Rodrigo Manga e com alguns gestores de Saúde do município, e se colocou à disposição para ajudar no que for preciso. Entre os participantes do encontro, estiveram presentes o presidente da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Sorocaba, Padre Flávio Miguel Júnior, e os diretores do grupo BOS (Banco de Olhos de Sorocaba), Sérgio Gabriel e Pascoal Martinez Munhoz.

Também foi realizada uma visita ao Hospital do Gpaci para conhecer a nova ala onde serão realizados os transplantes, além de uma reunião técnica com a presidente, Maria Lúcia Neiva de Lima, a vice, Gláucia Blazeck, e diretores da unidade. Na ocasião, foi solicitada ajuda ao ministro para aumento do teto MAC (Teto Financeiro de Média e Alta Complexidade) para Oncologia do DRS XVI (Departamento Regional de Saúde), que contempla 48 cidades. O ministro da Saúde também conheceu a Apadas (Associação de Pais e Amigos de Deficientes Auditivos de Sorocaba), que é um Centro de Referência na área da deficiência auditiva e atende mais de 20 mil crianças, jovens, adultos e idosos dos 48 municípios da região de Sorocaba. O ministro recebeu as solicitações de forma positiva e disse que o presidente Jair Bolsonaro havia pedido a ele para dar uma atenção especial a Sorocaba.

Dessa forma, quando todos se unem em prol do bem comum, a população sai ganhando. Que os envolvidos possam seguir buscando uma Sorocaba melhor, resgatando assim o orgulho do cidadão sorocabano.