A expectativa no Brasil da chegada da tecnologia 5G terminou ontem com o leilão realizado pela Anatel, a Agência Nacional de Telecomunicações. Das 15 empresas que participaram do pregão, somente quatro vão operar a telefonia móvel no País.

A Winity, empresa que existe há cerca de um ano, surpreendeu o mercado com uma oferta de mais de R$ 1,42 bilhão para ficar com o lote de 700 MHz, tornando-se a primeira em todo o País a comprar o lote por um ágio superior a 800%. Trata-se de uma provedora de infraestrutura wireless criada pela Pátria Investimentos, gestora de ativos que tem sede nas Ilhas Cayman.

A empresa, que fez a aquisição por alto valor, tem seu objetivo muito bem claro: desenvolver um plano de implantação de cobertura celular em modelo de atacado, ou seja, vender conectividade móvel para outras empresas.

Além da Winity, permanecem no mercado de telefonia móvel outras três empresas muito bem conhecidas pelo público em geral. Nesta ordem: a Claro, Vivo e Tim arremataram, cada uma, um lote da faixa nacional de 3,5 GHz, sendo, naturalmente, a mais concorrida do 5G no Brasil.

A faixa de 3,5 GHz foi a mais concorrida pois é a mais usada no mundo e oferece internet de quinta geração diretamente ao consumidor final. A internet 5G, que permite internet 20 vezes mais rápida do que o 4G, está prevista para funcionar comercialmente a partir de 2022.

Agora, o que é a tecnologia 5G? Afinal, muitas pessoas já ouviram falar e têm uma noção do que seja, porém, na prática, como isso funciona? De acordo com especialistas no assunto e economistas, a nova tecnologia vai modernizar muito o Brasil.

A tecnologia 5G é a quinta geração de internet móvel que oferece mais velocidade e promete ser uma grande revolução. Isto porque vai estimular a indústria na fabricação de celulares mais tecnológicos para atender ao potencial de conexão do 5G e de antenas específicas para essa banda. E isso pressupõe geração de empregos e de preparação de mão de obra qualificada.

Mesmo sendo tema global, o 5G atinge a economia local. Até Sorocaba vai entrar nessa seara, uma vez que na planta industrial da cidade temos a empresa chinesa Huawei, que vai produzir as antenas em grande escala.

A Huawei, inclusive, em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo, por intermédio do programa Minha Chance, vai oferecer, através da rede educacional do Centro Paula Souza, cursos on-line gratuitos de qualificação em tecnologia 5G, computação em nuvem e inteligência artificial. Já estão sendo oferecidas 3 mil vagas para os cursos, que têm por objetivo preparar profissionais capacitados em soluções digitais para o mundo do trabalho.

De acordo com o economista Geraldo Almeida, a nova rede 5G permitirá a interconexão de equipamentos e dispositivos, e possibilitará o acesso a produtos inovadores e de utilidades domésticas desenvolvidos pela chamada Internet das Coisas. E essa interconexão de equipamentos ocorrerá tanto em casa quanto no local de trabalho. Ela vai possibilitar, ainda, o uso em telefones celulares e gadgets que não são conectados à rede wifi ou internet por cabo.

Outro ponto extremamente positivo: o tempo de processamento de downloads e uploads de arquivos variados terá uma maior velocidade na transferência de dados por segundo e uma economia de até 90% no consumo de energia dos aparelhos. Ou seja, é a tecnologia trabalhando em benefício do ser humano.

Além disso, a implementação dessa telefonia de quinta geração vai ajudar o País a cumprir as metas pactuadas na ONU.

Com a promessa de revolucionar a economia, o 5G pode fazer o PIB do Brasil crescer cerca de US$ 1,2 trilhão, o equivalente a R$ 6,5 trilhões, até 2035.

Portanto, com o leilão finalizado ontem, e com os lotes vendidos para as quatro maiores operadoras de telefonia do Brasil, esperamos que a cobertura existente no País se aprimore e que a população tenha acesso à nova tecnologia.

Só assim o Brasil entrará no eixo do desenvolvimento tecnológico, levando esse conforto a todos os cidadãos brasileiros.