Buscar no Cruzeiro

Buscar

Editorial

Marco importante na vacinação

Brasil supera o patamar de mais da metade da população totalmente imunizada contra a Covid-19: é o 53º país a atingir tal feito

21 de Outubro de 2021 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
(Crédito: JOSEPH PREZIOSO / AFP)

Curiosamente, no mesmo dia em que a CPI da Covid fez a divulgação oficial do parecer final da comissão, o Brasil quebrou importante barreira no combate à pandemia. De acordo com o levantamento do consórcio de veículos de imprensa, 106.756.904 pessoas estão totalmente imunizadas no País. Este número representa 50,05% da população, ou seja, mais da metade da população brasileira está totalmente vacinada contra a Covid.

Os que tomaram a primeira dose de alguma vacina contra a Covid já são 152.157.767 pessoas, ou 71,33% da população. A dose de reforço foi dada em 5.309.676 pessoas (2,49% da população). Somando a primeira dose, a segunda, a única e a de reforço, são 264.224.347 doses aplicadas desde o início da vacinação.

Dessa forma, o Brasil entrou para o seleto grupo dos países que vacinaram com duas doses ou a dose única mais da metade da população. Considerando só os países com população superior a 1 milhão de habitantes, é a 53ª nação a atingir tal feito. Quem lidera esse ranking é Portugal, com 86,4% da população totalmente vacinada. Os Emirados Árabes vêm a seguir, com 85,4%. Cingapura, com 79,4%, é a terceira colocada, seguida de Espanha (79,3%), Catar (75,7%) e Dinamarca (75,7%). Na sétima posição aparece o primeiro país do continente americano, o Uruguai, com 74,8%. Irlanda (74,8%), Chile (74,8%) e Camboja (74,5%) fecham o top 10.

Apesar de não haver um padrão entre os países que ultrapassaram a metade, de um modo geral a situação é bem mais favorável a quem atingiu e superou esse patamar. A maioria teve queda acentuada no número de casos e mortes. E mesmo nos países que apresentaram novos picos de óbitos, isso sempre ocorreu em números bem mais baixos do que os anteriores. Dois exemplos disso são Estados Unidos (56%) e Israel (65%), que rapidamente atingiram índice elevado de vacinação, mas que enfrentaram novos surtos com a variante Delta ou mesmo a estagnação da imunização por conta de recusa vacinal, como no caso americano.

A situação de Israel deve servir de exemplo para reflexão sobre não haver pressa para uma total flexibilização das medidas restritivas. Com 65% da população com as duas doses ou dose única, Israel chegou até a desobrigar o uso de máscaras, mas teve de voltar atrás em algumas medidas de restrição por conta do aumento do número de casos.

Obviamente, a vacinação da população vem refletindo positivamente no quadro geral da pandemia no País. Ao registrar 401 mortes por Covid-19 nas últimas 24 horas, a média móvel de mortes nos últimos sete dias ficou em 380 -- abaixo da marca de 400 pelo nono dia consecutivo. Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de -13%. De 17 de março até 10 de maio, foram 55 dias seguidos com essa média móvel acima de 2 mil. No pior momento desse período, a média chegou ao recorde de 3.125, em 12 de abril. Em 31 de julho, o Brasil voltou a registrar média móvel de mortes abaixo de 1 mil, após 191 dias seguidos com valores superiores.

Já em relação ao número de casos a queda é ainda maior. A média móvel nos últimos sete dias foi de 11.933 novos diagnósticos por dia. Isso representa uma variação de -22% em relação a duas semanas atrás. Em seu pior momento a curva da média móvel nacional chegou à marca de 77.295 novos casos diários, em 23 de junho deste ano.

A Organização Mundial da Saúde cita 70% de pessoas imunizadas como um número bom para o controle da pandemia. Porém, há países nos quais isso não foi suficiente. Em Portugal, o 30 de setembro ficou conhecido como o “dia da libertação” depois de o país superar 80% de pessoas com o primeiro ciclo vacinal. Até agora deu certo por lá.

Por aqui, ao passar dos 50% da população totalmente vacinada, alguns órgãos já estudam forte afrouxamento. A tendência é que o número de mortes continue caindo, mas vamos com calma que todo cuidado é pouco.