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Editorial

Vacinação eficaz para a vida

Na última semana, 467 municípios no Estado de São Paulo não registraram mortes pela doença

08 de Outubro de 2021 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
Em nível nacional, a mortalidade pelo vírus, atualmente, gira em torno de 500 casos por dia
Em nível nacional, a mortalidade pelo vírus, atualmente, gira em torno de 500 casos por dia (Crédito: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

A escalada da vacinação contra a Covid como principal prevenção de formas graves e fatais da doença vem tendo sucesso no Brasil. Felizmente, isso está sendo traduzido na redução no número de casos e óbitos, e, ainda, na estagnação na taxa de ocupação de leitos de UTI para adultos em patamares baixos, na maioria dos Estados do País.

Em nível nacional, a mortalidade pelo vírus, atualmente, gira em torno de 500 casos por dia. De acordo com o Boletim Observatório Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a sinalização é de queda expressiva em comparação ao pico registrado em abril, quando foram notificados mais de 3 mil óbitos diários.

Os avanços na vacinação vêm contribuindo para um cenário positivo. De acordo com a análise, há redução nos números absolutos de óbitos de 42,6% e de internações de 27,7%.

Essa profunda melhora atinge também todo o Estado de São Paulo. De acordo com levantamento do governo estadual, na última semana, 467 municípios no Estado de São Paulo não registraram mortes pela doença, sendo que 18 deles estão na Região Metropolitana de Sorocaba (RMS).

São 18 cidades do entorno que não registraram óbitos por Covid-19 no período de 28 de setembro a 5 de outubro: Alambari, Alumínio, Araçariguama, Araçoiaba da Serra, Boituva, Capela do Alto, Cerquilho, Cesário Lange, Ibiúna, Iperó, Jumirim, Mairinque, Pilar do Sul, Salto de Pirapora, São Roque, Sarapuí, Tapiraí e Tietê.

Apesar de não estar incluída na relação, Sorocaba também tem apresentado forte redução em número de óbitos provocados pela Covid. Na semana passada, por exemplo, a cidade chegou a completar cinco dias seguidos sem nenhum registro.

Outro dado positivo é que a melhoria nos indicadores é notada de forma sustentada no decorrer do último mês, isto é, não houve registro de novas mortes em 276 cidades do Estado entre 5 de setembro e 5 de outubro. Fazendo um recorte ainda maior, a proporção é de 401 municípios sem vítimas desde 21 de setembro.

A análise foi feita a partir de dados que estão disponíveis para consulta pública no boletim oficial do Estado e foram registrados pelas 645 cidades paulistas no Sivep, sistema oficial do Ministério da Saúde.
Ainda conforme o governo estadual, os números gerais significam que sete a cada dez cidades paulistas não tiveram novos óbitos por Covid-19 desde 28 de setembro, o que corresponde a cerca de 72% das cidades de São Paulo.

Outro indicador estratégico, a taxa de ocupação de leitos Covid mostra que 25 unidades da Federação estão fora da zona de alerta com taxas abaixo de 60%.

Contudo, apesar da retração e desses dados animadores, os números ainda demonstram que a transmissão permanece, bem como a incidência de casos graves que exigem cuidados intensivos.

Portanto, a população deve ter prudência, continuar usando máscara e mantendo as demais medidas preventivas, como higienização das mãos, distanciamento social e uso de álcool gel, para tentar bloquear a circulação do vírus.

Ainda mais porque o Índice de Permanência Domiciliar se encontra próximo de zero desde o mês de julho. Isso significa que a intensidade de circulação de pessoas nas ruas é similar à observada no período pré-pandemia.

Os pesquisadores alertam, porém, que essa ausência de distanciamento físico reúne diversas formas de aglomeração, que vão desde o transporte público até atividades de comércio e lazer. Com isso, há uma exposição prolongada de pessoas em espaços confinados. E isso ainda acontece com pouco mais de 40% da população com esquema vacinal completo.

Apesar de muitas pessoas em circulação já terem sido imunizadas, as vacinas não previnem completamente a infecção ou a transmissão do vírus.

Por isso, a recomendação dos especialistas é que, até que o País alcance um patamar ideal de cobertura vacinal, estimado em torno de 80%, as medidas de distanciamento físico e prevenção, bem como a adoção do passaporte, devem ser mantidas.