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Editorial

Força-tarefa pela segunda dose

Com 1,27 milhão de faltosos na segunda dose no Estado de SP, é preciso mobilização e conscientização para completar a vacinação

25 de Agosto de 2021 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
Para completar o esquema vacinal contra a Covid-19, são necessárias duas doses
Para completar o esquema vacinal contra a Covid-19, são necessárias duas doses (Crédito: Myke Sena/MS)

Diante do calendário de vacinação feito pelo Ministério da Saúde, que prevê toda a população adulta vacinada com duas doses até o fim de novembro, o presidente Jair Bolsonaro afirmou, ontem, esperar que, em dezembro, o Brasil entre na fase de “plena normalidade”, após quase dois anos de enfrentamento da pandemia de Covid-19.

Contudo, para que isso aconteça, é necessário contornar uma dificuldade: os faltosos. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, em todo o Estado de São Paulo o total de faltosos da segunda dose das vacinas contra a Covid-19 chega a inacreditáveis 1,27 milhão de pessoas. É muita gente que simplesmente ainda não compareceu aos postos para completar o esquema vacinal e, assim, concluir a imunização contra o coronavírus. Segundo levantamento do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE), cerca de metade disso está concentrado na Grande São Paulo, que reúne também mais de 20 milhões de habitantes.

Para completar o esquema vacinal contra a Covid-19, são necessárias duas doses tanto da vacina Coronavac, do Butantan, que pede intervalo de 28 dias, quanto da Oxford Astrazeneca (Fiocruz) e da Pfizer, cujo intervalo é de 12 semanas. O esquema vacinal da Janssen prevê apenas uma dose. Para a segunda dose da Pfizer, o Governo de São Paulo aguarda envio de doses e oficialização do Ministério da Saúde quanto à redução do prazo para 21 dias.

Pelo balanço estadual, 715 mil pessoas ainda precisam completar o esquema vacinal com o imunizante do Butantan/Coronavac, outras 511 mil da Fiocruz/Astrazeneca/Oxford e 47,7 mil de Pfizer.

Um dado do levantamento chama a atenção. A região de Sorocaba é a segunda maior do Estado em total de faltosos da segunda dose. São 124,6 mil pessoas que ainda não compareceram aos postos. O Departamento Regional da Saúde (DRS) de Sorocaba compreende no total 48 cidades e a região perde somente para a Grande São Paulo (622,3 mil pessoas) em número de faltosos. O balanço não divulgou os números por cidades nem por imunizantes, em relação às regiões e às cidades.

O porcentual de faltosos varia de 4,7% a 16,4% entre as 17 regiões do Estado, observando-se a proporção de doses enviadas até a última semana.

É preciso divulgar e reforçar que a proteção só acontece após completar o esquema vacinal. Se por um lado a vacinação completa não garante que a pessoa não será contaminada, por outro ela contribui enormemente para que os efeitos sejam menos graves em caso de manifestação da doença. Portanto, caso o prazo de vacinação seja perdido, é fundamental procurar um posto de saúde para buscar orientações a fim de completar a imunização.

Tanto governos como prefeituras possuem ações para tentar identificar e convocar os faltosos para a vacinação. Em alguns casos há envios de mensagem via SMS e por e-mail à população para lembrar a data da segunda dose conforme pré-cadastro realizado no site Vacina Já ou no momento da aplicação da primeira dose. Um outro recurso importante é a carteira de vacinação digital disponível no aplicativo Poupatempo Digital. Com uma nova funcionalidade recém-implantada, ela passou a disponibilizar na tela de abertura um alerta com a data para retornar ao posto. A ferramenta pode ser baixada gratuitamente em celulares com sistema operacional Android ou iOS.

Que os munícipes de Sorocaba e região se mobilizem para completar o esquema vacinal. Não adianta ficar escolhendo vacina. Não adianta achar que apenas a primeira dose é suficiente para a proteção. Estudos científicos comprovam que a vacinação completa é a ferramenta mais eficaz para o combate a esse vírus tão traiçoeiro. Só com a vacinação completa poderemos voltar à “normalidade”. Ou, pelo menos, ao falado “novo normal”.