Ainda sob a sombra da pandemia, o Brasil vem tentando retomar certa “normalidade”. Além da batalha pela vida contra o coronavírus, com a vacinação e os devidos cuidados sanitários, há também uma outra guerra em andamento, a busca por emprego. Mesmo com a melhora de diversos índices econômicos, o desemprego ainda apresenta patamares elevados no País.

A taxa de desemprego, por exemplo, fechou o trimestre encerrado em maio em 14,6%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ao todo, 14,8 milhões de pessoas estão sem emprego no Brasil. Os dados representam a segunda maior taxa da série histórica do IBGE, iniciada em 2012. Segundo o Instituto, a taxa recorde, de 14,7%, foi registrada nos dois trimestres imediatamente anteriores, fechados em março e abril. Houve, portanto, uma melhora de 0,1%. Na prática, isso mostra que o desemprego no País está estatisticamente estável.

Contudo, com o avanço da vacinação contra a Covid-19, há consenso entre economistas de que haverá um novo aquecimento da circulação de pessoas e, por consequência, da atividade econômica. Os níveis de emprego, então, devem colher alguma melhora nos próximos meses.

Do ponto de vista local e formal, seguindo a tendência positiva que já se projetava nos primeiros meses do ano, Sorocaba fechou o primeiro semestre de 2021 como um dos destaques na geração de empregos no setor industrial de São Paulo, acima dos índices estadual e nacional.

O saldo foi de 8.333 novos postos de trabalhos no primeiro semestre, com 52.515 empregos gerados contra 44.182 desligamentos. O resultado representa um crescimento de 46,80%, na comparação com o mesmo período em 2020.

São números muito acima dos índices de crescimento estadual (0,84% mensal e 4,01% no acumulado do primeiro semestre) e nacional (0,76% na variação mensal e 3,90% no semestre).

Levando-se em consideração o setor da indústria de transformação, cuja retomada é representativa para toda a economia, Sorocaba também apresenta números muito expressivos.

No município, o saldo líquido em número absoluto de empregos gerados na indústria de transformação fechou junho com 962 postos, sendo o maior resultado do interior paulista nesse setor e ficando atrás somente da capital. Todos os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

No acumulado do ano até junho, o saldo positivo de vagas, no setor da indústria de transformação em Sorocaba, ficou em terceiro lugar, com 5.866 postos de trabalho, atrás apenas da capital paulista e da região de Campinas. Nessa área da indústria, os segmentos que mais empregaram em todo o Estado foram os de alimentos, vestuário, máquinas e equipamentos.

Outro dado relevante é referente ao empreendedorismo. Sorocaba registrou, no primeiro semestre deste ano, a abertura de 4.860 MEIs (microempresas individuais), um indicativo da força da cidade em iniciativas empreendedoras. São 1.224 formalizações a mais na relação com 2020, um aumento de 27,03%.

Várias condições contribuíram para esse cenário. O avanço da vacinação contra a Covid foi importante para permitir a liberação gradual das atividades econômicas, especialmente do comércio e serviços, que foram os setores mais atingidos. Além disso, houve aumento das exportações no período, o que puxou a retomada do crescimento econômico no País, com reflexo também em Sorocaba.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, costuma usar os resultados do Caged para dizer que o Brasil já colhe recuperação nos índices de emprego. O levantamento do Caged mostra que, apenas em 2021, já foram criadas 1,5 milhão de vagas de emprego formal. Há porém, que se fazer uma consideração importante. Assim como há consenso quanto ao reaquecimento da economia, há anuência entre os economistas que o trabalhador mais afetado pela pandemia foi o informal, justamente um campo em que o Caged não gera estatística.

Portanto, é muito bom que Sorocaba esteja no caminho certo e com tendência de alta de vagas formais. Mas devagar com o andor pois é igualmente relevante que todos tenhamos consciência da necessidade da recuperação que precisa ser feita em relação ao trabalho informal. É hora de seguirmos nos cuidando, produzindo, buscando e lutando. Para o bem de toda a sociedade.