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Editorial

Centro da cidade e bikes: sinal de alerta

Aumentam degradação e ocorrências de delitos na região central de Sorocaba; bicicletas também estão na mira de ladrões

30 de Julho de 2021 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
Há pontos nas ciclovias mais perigosos, onde os roubos são mais frequentes.
Há pontos nas ciclovias mais perigosos, onde os roubos são mais frequentes. (Crédito: VINÍCIUS FONSECA / ARQUIVO JCS (21/3/2020))

Apesar de nos últimos tempos Sorocaba apresentar bom histórico em relação à segurança pública, com números que apontam queda da criminalidade em vários índices, casos recentes servem para acender um alerta amarelo na cidade.

O primeiro diz respeito aos roubos (ou tentativas de roubos) de bicicletas. De acordo com reportagem publicada neste Cruzeiro do Sul, baseada em depoimentos de vítimas, o número de ocorrências desse tipo aumentou consideravelmente nos últimos meses, sobretudo nas ciclovias que cortam a cidade e, especialmente, em alguns pontos delas.

Segundo relatos, as abordagens têm acontecido de forma agressiva e violenta, inclusive à mão armada, seja com facas ou até armas de fogo. Conforme os depoimentos de algumas vítimas, os delitos, que antes eram concentrados mais no período noturno e em locais afastados como áreas próximas a matas, agora estão acontecendo em plena luz do dia, em qualquer horário. Os locais apontados como mais perigosos são o túnel da praça Lions, as proximidades do Parque das Águas e o Trevo da Vida.

Ao que tudo indica, há duas “modalidades” de delitos em relação a esses assaltos. Parte deles seria praticada por usuários de drogas que vivem vagando pela cidade e acabam cometendo qualquer infração para conseguir dinheiro a fim de comprar tóxicos. Contudo, as autoridades precisam ficar atentas com outro tipo de infrator.

Devido ao elevado valor que as bicicletas modernas atingiram, algumas delas chegando a custar até R$ 80 mil, pode haver uma quadrilha “especializada” em roubos desse tipo de produto. Nos últimos tempos, houve uma ampliação e disseminação da prática do ciclismo, seja como transporte alternativo, seja pela economia, ou pela sustentabilidade e saúde pessoal.

Paralelamente, vieram avanços tecnológicos e o mercado de bikes cresceu bastante. Há bicicletas que atingem valores superiores ao de um carro, por exemplo. E tais produtos são extremamente visados. No ano passado, por exemplo, uma loja especializada em uma marca foi assaltada na cidade, e os bandidos sabiam exatamente quais eram os modelos mais caros.

Diante de tudo isso, ontem mesmo houve uma reunião, na sede da Guarda Civil Municipal (GCM), envolvendo autoridades de segurança e um grupo de ciclistas, inclusive com a presença do secretário municipal de Segurança Urbana, Vitor Gusmão.

O objetivo foi definir estratégias de combate a esse tipo de delito. Eles conversaram sobre a necessidade de reforço no patrulhamento policial, sobretudo em alguns pontos, como na avenida Dom Aguirre, reparos na iluminação pública e poda de árvores em locais específicos.

Ao tomar conhecimento do problema, o prefeito Rodrigo Manga disse que a questão deve ser melhorada a partir do lançamento do programa “Centro Seguro, Tolerância Zero”, uma ação conjunta com a Polícia Civil, Polícia Militar, Guarda Civil Municipal, Polícia Federal e agentes de trânsito da Prefeitura para coibir assaltos e roubos que estão acontecendo na região central da cidade por usuários de drogas, além de vandalismo.

Tomara que essa melhoria aconteça pois ela é extremamente necessária. Não é novidade para ninguém que o Centro anda desassistido, com a ocorrência de furtos se tornando frequente, algo que não acontecia antigamente.

O Cruzeiro do Sul tem recebido diversas reclamações e alertas de que houve aumento do número de batedores de carteiras, camelôs, usuários de entorpecentes, e que o policiamento na região anda bastante sumido.

Para a cidade voltar a crescer e prosperar, como tem pregado o prefeito, a condição necessária é a segurança da população. Sorocaba não pode seguir os passos de São Paulo e permitir a degradação da cidade e a insegurança da população.