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Editorial

Vacinação: manter e acelerar o ritmo

Após recorde em 24h, imunização -- ainda que tardia -- tem conseguido manter média diária consistente

24 de Junho de 2021 às 00:36
Cruzeiro do Sul [email protected]
Vacinação contra a Covid precisa continuar
Vacinação contra a Covid precisa continuar (Crédito: Divulgação / Prefeitura de Votorantim)

Nos últimos dias, várias capitais e cidades brasileiras vêm apresentando aumento no número de casos de Covid, assim como elevação preocupante das taxas de ocupação de leitos, sejam de estabilização como de UTI.

Além do afrouxamento de algumas medidas de restrição, um dos principais motivos para essa nova escalada de contágio é também o relaxamento dos cuidados por parte de uma parcela da população. Portanto, não custa lembrar da importância do respeito às regras sanitárias como distanciamento, uso de álcool em gel e, sobretudo, evitar aglomerações.

Há também um alento contra a forte preocupação para que uma eventual terceira onda não atinja o País. Ainda que de forma tardia, a vacinação da população brasileira parece finalmente ter engatado um ritmo consistente. Apesar de o patamar ainda não ser o desejado e sonhado por todos, ele ao menos pode ser considerado animador e esperançoso.

Na quinta-feira da semana passada, por exemplo, o Brasil bateu o recorde de vacinação diária contra a Covid-19. De acordo com o Ministério da Saúde, foram aplicadas 2.561.553 de doses em um período de 24 horas. Foi o melhor número absoluto para o período desde o início da vacinação, em 17 de janeiro.

Outra marca interessante aconteceu de ontem para hoje, quando a primeira dose foi aplicada em 1.550.849 pessoas pelo Brasil afora. Foi o segundo melhor índice de aplicações da primeira dose em 24h desde o começo da imunização no País.

Para completar, a vacinação dessa data ainda teve 132.448 aplicações da segunda dose, perfazendo um total de 1.683.297 doses aplicadas neste intervalo.

Dessa forma, mais de 31% da população brasileira está ao menos parcialmente imunizada contra a Covid. São 67,2 milhões de doses aplicadas, o que corresponde a 31,74% dos brasileiros. Já a segunda dose teve aplicação em 24,6 milhões, ou 11,64% da população.

Somando as duas doses, são 91,8 milhões de vacinas aplicadas no total. Todas as informações são do consórcio nacional de veículos de imprensa.

A meta buscada pelo governo federal é vacinar toda a população brasileira até o final do ano. Nesse caso, como o tempo entre a primeira e a segunda doses de algumas vacinas é de três meses, significa que seria necessário imunizar, ao menos com a primeira dose, todos os adultos com 18 anos ou mais até setembro.

E o que aparentemente pode parecer muito difícil e improvável é factível. Para alcançar a meta, faltam cerca de 99 milhões de pessoas. Curiosamente, entre a quarta-feira (23) e o dia 30 de setembro, há exatamente 99 dias.

Portanto, o Brasil precisa vacinar um milhão de pessoas por dia, em média, até o final daquele mês para que o objetivo seja alcançado. Segundo as projeções, os maiores de 18 anos representam 159,3 milhões de pessoas. Deste total, em torno de 60,3 milhões já receberam ao menos uma dose de imunizante.

Se levarmos em conta a média dos últimos sete dias, o Brasil está mantendo um patamar que permitiria o alcance desse objetivo, com cerca de 1,35 milhão de vacinas aplicadas diariamente. O que não pode ocorrer é o efeito gangorra.

Havia, por exemplo, expectativa de que essa média de imunização diária sofresse um baque, já que a maior cidade do país, São Paulo, suspendeu a imunização na última terça-feira para a reposição dos estoques dos postos de saúde.

Felizmente essa renovação ocorreu a tempo de não prejudicar o ritmo. Outras capitais do País também apresentaram períodos sem a vacina.

Ainda assim, de acordo com projeções de epidemiologistas, a meta de aplicar a primeira dose em todos os adultos até setembro segue viável, desde que os laboratórios que negociam vacinas com o Brasil cumpram os prazos de entrega atualmente previstos.