Editorial
‘Consuma Sorocaba’ valoriza comércio local
Com atividade econômica fortalecida, as empresas têm mais demandas e serviços, consequentemente precisam contratar
Entre as muitas consequências trazidas pela pandemia, uma delas é o profundo impacto causado na economia -- assim como em todas as áreas e segmentos da sociedade. Nos negócios, toda a cadeia foi afetada. Indústrias, comércios e serviços enfrentam, cada um a seu modo, desafios e mudanças. Praticamente todo mundo, em todo o planeta, teve de adaptar-se à vida em tempos de Covid-19. Não foi diferente em Sorocaba, claro!
O isolamento social e as restrições impostas pela pandemia desde o início do ano passado jogaram luz sobre novas práticas de consumo. Com restrições de movimentação e adoção de home office, as pessoas voltaram-se para as compras on-line e também para o comércio próximo.
Como era previsto, muitas empresas, prestadores de serviços e empregados enfrentaram tremendas dificuldades. A situação já deu uma certa melhorada, mas ainda está longe do ideal.
Pensando nisso, o Cruzeiro do Sul decidiu lançar e promover, a partir de hoje, o projeto ‘Consuma Sorocaba‘. A iniciativa visa estimular o comércio de produtos e serviços locais, valorizando lojistas, comerciantes, indústrias e prestadores de serviços da cidade e também da região. A ideia é incentivar os sorocabanos a consumirem produtos e serviços do município.
Desde meados da década, tem-se ouvido falar em consumo local, de baixo impacto, da importância dos comércios próximos como impulsionadores na construção de um mundo melhor, de um núcleo econômico que reverte em indicadores positivos diretamente nas redondezas.
O grande diferencial da economia local é fortalecer a produção e o consumo da comunidade. Com o desenvolvimento, é possível agregar elementos importantes como novas oportunidades, negócios mais sólidos, fortalecimento das pequenas e médias empresas, diminuição dos custos de logística e de armazenamento, aumento da arrecadação dos impostos locais e menor impacto ambiental da atividade econômica, entre outras coisas.
Até mesmo a geração de empregos pode melhorar. Afinal, com atividade econômica fortalecida, as empresas ficam mais robustas e têm mais demandas e serviços, consequentemente precisam contratar. Basicamente é fazer a roda da economia girar mais e melhor para todos. É o chamado círculo virtuoso.
Comprar de quem está perto pode ser mais prático, barato e ajuda a fortalecer a economia das localidades. Em tempos de desemprego e recessão, ajudar a manter os níveis de renda da população é uma forma, inclusive, de garantir mais segurança nas cidades. Quanto melhor o nível de renda, quanto menor a miséria, maior a segurança de todos.
Existem também outros benefícios nessa prática do consumo local. Um deles é o caráter educativo -- muita gente acaba se conscientizando de práticas de capitalismo consciente, economia circular e sustentabilidade, entre outros aprendizados. Há a importância de produtos orgânicos e até questões ambientais envolvidas.
Há também a empatia. As pessoas entendem e sentem que é bom comprar do local. Essa relação é como se a gente também estivesse cuidando do negócio do outro, isso é fundamental para fortalecer a ideia de um consumo mais consciente.
Cidades são feitas de comunidades, comunidades são feitas de empresas, comércios e serviços. E tudo isso é feito de pessoas. E essas pessoas possuem necessidades de consumo.
A partir do momento que a comunidade começa a desenvolver-se, a arrecadação de impostos cresce também. O Estado volta a atenção para essa comunidade.
E, em troca, é possível ver melhorias na infraestrutura do município, segurança e até turismo.
Uma comunidade bem desenvolvida, a partir da economia local, melhora não só os negócios, mas também a vida das pessoas, alavancando o bem-estar social de todos. Economia forte, comunidade forte.
Desenvolver a economia local pode levar tempo, mas se todos dentro dela estiverem na mesma sintonia, fica mais fácil chegar lá.