Editorial
Força da região espanta a crise
Com diversidade de atividades e estrutura sólida, Sorocaba e região conseguem dados positivos mesmo diante da pandemia
A Região Metropolitana de Sorocaba possui, ao todo, mais de dois milhões de habitantes espalhados por 27 municípios. A RMS, como é chamada, gera cerca de 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB) paulista. Trata-se, portanto, de uma região muito forte economicamente.
Tão forte que, mesmo diante da pandemia de coronavírus que assola o mundo desde o ano passado, a RMS tem apresentado números positivos.
Dados oficiais mostram, no primeiro quadrimestre, bons índices em investimentos, aberturas de empresas, balança comercial e até na geração de postos de trabalho.
De um modo geral, pode-se dizer que a região apresenta crescimento econômico apesar das adversidades impostas por uma pandemia desse quilate -- a maior em 200 anos.
Em Sorocaba, por exemplo, já foi formalizado para este ano o anúncio de investimentos da ordem de R$ 1,007 bilhão, contra R$ 744,2 milhões investidos em todo o ano passado.
Uma das explicações para tal situação é que na RMS há uma intensa e diversificada atividade econômica, com destaque para os setores metal-mecânico, eletroeletrônico, têxtil e agronegócio (cana-de-açúcar), especialmente nas cidades de Sorocaba, Itu, Itapetininga, Salto, Cerquilho e Votorantim. Essa diversidade faz com que a região não fique dependente de apenas uma atividade e consiga enfrentar situações difíceis como um todo.
Evidentemente que numa crise da dimensão de uma pandemia há efeitos intrínsecos, como o desemprego, principalmente nos setores de comércio e serviços.
Com medidas restritivas e até lockdowns, é praticamente impossível conseguir manter fortalecidos todos os negócios que dependem da circulação de pessoas.
Ainda assim, o mercado de trabalho também apresenta desempenho positivo no período. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), já são 4.736 empregos formais gerados em Sorocaba entre janeiro e março deste ano, apesar da pandemia.
Outro fator fundamental nessa equação é que, em termos de produção, a região atende não somente o mercado interno, mas também o externo. Isso é um facilitador pois faz com que haja um equilíbrio de demanda.
Traduzindo em números. Neste ano, segundo dados do Ministério da Economia, Sorocaba gerou US$ 380,59 milhões na participação das exportações, apontando um aumento de 27% em relação ao valor médio de 2020, de US$ 298,44 milhões.
Com isso, a cidade manteve a posição do ano passado, ficando em 9º no ranking das exportações no Estado de São Paulo, e subiu do 46º para o 39º lugar no ranking das exportações no País.
Nas participações de importações, nos quatro primeiros meses de 2021, também houve aumento no valor médio, que agora é de US$ 829,44 milhões diante dos US$ 692,29 milhões em 2020.
Já um levantamento feito pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo (Sedettur) mostra que, nos quatro primeiros meses de 2021, 3.927 microempreendedores individuais (MEIs) foram formalizados na cidade, contra 3.182 no mesmo período de 2020, resultando em 745 a mais.
Dados da Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp), referentes a outras modalidades de empresas, mostram que Sorocaba apresenta aumento de 591 aberturas no primeiro quadrimestre do ano, em relação a 2020.
Neste ano, foram realizadas 1.466 formalizações, sendo 1.223 microempresas; 218 empresas de pequeno porte e 123 empresas gerais. No mesmo período de 2020, Sorocaba teve abertas 875 empresas, sendo 673 microempresas; 127 empresas de pequeno porte e 73 empresas gerais.
Resumindo, Sorocaba e região possuem ferramentas e grande potencial empreendedor para gerar renda de maneira criativa e superar dificuldades em momentos de crise, como a atual. Portanto, mãos à obra para vencermos essa dura batalha.