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Por leitos

Uma tendência animadora

Queda de 23% na média diária de mortes por Covid no Estado de SP e fim da fila de espera por leitos em Sorocaba mostram que houve uma melhora momentânea em relação à pandemia

24 de Abril de 2021 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
Taxa alta de ocupação de leitos de UTI Covid pode elevar o número de mortes pela doença no País. Crédito da foto: Fábio Rogério (6/1/2021)
Taxa alta de ocupação de leitos de UTI Covid pode elevar o número de mortes pela doença no País. Crédito da foto: Fábio Rogério (6/1/2021) (Crédito: Taxa alta de ocupação de leitos de UTI Covid pode elevar o número de mortes pela doença no País. Crédito da foto: Fábio Rogério (6/1/2021))

Ontem foi um dia marcante para Sorocaba na luta contra a pandemia do novo coronavírus. Segundo a prefeitura, a fila de espera de pacientes com sintomas de Covid para internação na rede municipal de saúde, tanto em leitos clínicos como nos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), foi zerada na parte da manhã. Trata-se de uma grande notícia. Para se ter uma ideia da melhora, há pouco menos de um mês, em 27 de março, havia uma fila de 152 pessoas esperando por um leito no município.

A pandemia ainda está muito presente, claro, causando dor, morte e sofrimento. Isso é uma realidade. Mas não deixa de ser animador constatarmos uma queda tão significativa como essa. Felizmente, não se trata de algo isolado. A redução segue também uma tendência. Pela primeira vez desde janeiro, o Estado de São Paulo registrou nesta semana queda na média diária de novas mortes por Covid. Ontem (23), a média móvel de mortes pela doença foi 23% menor do que o registrado há 14 dias. A tendência de queda também já havia sido observada anteontem, quando a média móvel de óbitos diários foi de 611, número 18% menor do que o verificado há 14 dias. Antes disso, a última vez que o Estado de São Paulo havia registrado queda na média móvel tinha sido em 5 de janeiro. Especialistas indicam tendência de queda na epidemia quando há variações maiores do que 15%.

Além disso, cinco outros Estados brasileiros também registraram quedas expressivas na média móvel de mortes pela Covid nas últimas duas semanas, entre 6 e 20 de abril, segundo os números oficiais divulgados pelos consórcios de veículos de comunicação e pelas secretarias estaduais de saúde. A maior retração no período ocorreu em Santa Catarina, com redução de 33,5%, com a taxa passando de 113,7 para 75,6. Outros Estados com recuos significativos foram Paraíba, Ceará, Mato Grosso e Rio Grande do Sul, onde a média móvel de mortos caiu mais de 25%.

Por outro lado, no mesmo período, seis Estados registraram altas acima de 20% no número de mortes, de acordo com o mesmo levantamento. São eles: Pará, Acre, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Dessa forma, no cenário nacional, houve alta de 1,4% no período, o que é classificado oficialmente como um quadro de estabilidade.

Em relação à queda, trata-se, certamente, do resultado de um conjunto de ações que envolvem poder público, privado e, sobretudo, a população. Entre eles o endurecimento das normas de restrição, a maior conscientização da população, o aumento do uso de álcool em gel e desinfetantes, a menor ocorrência de aglomerações etc. No caso específico de Sorocaba, além dos pontos citados, há também medidas específicas como a ampliação do número de leitos Covid na cidade, fiscalização contra pancadões e aglomerações, vigilância de estabelecimentos para não abrirem durante fases vermelhas e períodos emergenciais, além de ações de menor impacto como as barreiras sanitárias.

No entanto, apesar da melhora verificada nos últimos dias, o patamar de mais de 600 mortes diárias no Estado de SP (foram registradas 621 ontem) continua muito elevado, bem acima do que havia sido registrado nos piores momentos da pandemia em 2020, quando não passavam de 280 por dia em média. Portanto, como já dito outras vezes neste espaço, não podemos abaixar a guarda. É preciso dar continuidade às ações de combate à pandemia, é preciso manter as medidas preventivas, o uso de máscara, álcool em gel e o distanciamento social. E, claro, seguir vacinando o maior número possível de pessoas. Só assim teremos notícias positivas como essas.