Do Leitor
Adeus, Zagallo!
Sr. editor,
Partiu, para sempre, o craque referência, deixando-nos invejável legado, que servirá como exemplo, em especial aos jovens. Se Zagallo não era muito conhecido, agora o é, pois, após a informação oficial de seu falecimento, apressaram-se as emissoras de televisão, rádio e jornais em divulgar dados de seu curriculum vitae. Tais meios de comunicação versaram sobre sua carreira futebolística, suas inúmeras conquistas e até a curiosidade de sua preferência pelo número treze.
O grande -- em meu entender -- responsável pelo sucesso de Zagallo, como craque em nível de seleção, foi Vicente Feola, técnico da Seleção Brasileira de 1958, campeã mundial pela vez primeira. Feola era uma pessoa inteligentíssima, diziam, e, já nos treinos da seleção, iniciou um trabalho que modificou o comportamento dos atletas, incutindo-lhes complexo de vencedores.
Feola, que mantinha um diálogo muito próximo, especialmente, com Didi e Nilton Santos, alterou, completamente, a formação inicial naquele Mundial. Graças a essa coragem e visão, Zagallo acabou substituindo o ponteiro esquerdo Pepe, o que causou estranheza, pela indubitável qualidade do “Canhão da Vila”. Zagallo tornou-se ponteiro esquerdo titular, porque era veloz e aguerrido; marcador implacável. Foi incumbido de exercer forte marcação aos ponteiros direitos adversários, visto que Nilton Santos tinha um estilo clássico e costumava avançar, ajudando o ataque canarinho.
Zagallo foi importantíssimo, pelo grande trabalho de ajudar a defesa, dando liberdade, à frente, para Nilton Santos. Por essa eficiência e espírito de luta foi cognominado “Formiguinha”.
Que Deus o receba em Seu Reino Celestial.
JUSTO PENTEADO CHACON
Obs.: Esta narrativa é o que pude recordar daquele campeonato mundial, que acompanhei, pari passu, pelo rádio.