Do Leitor
Dia da Água
Sr. Editor,
Chegou o Dia mundial da água. Pela situação geral do planeta, não há o que comemorar. Porém, há que se continuar na luta para criar uma consciência geral de proteção do precioso líquido que, sabidamente, é finito. De minha parte, presto homenagem com a peça poética abaixo.
JUSTO PENTEADO CHACON
Água, gota divina
Água é gota benzida, é gota saída
do seio da terra, no meio da serra,
p’ra vida trazer.
Água, qu’é gota divina, que rega a campina,
que molha a serra, fecunda a terra,
p’ra vida viver.
É gota tão pura, que faz a fartura
nas plantas, no chão.
É gota, é vigor, que abranda o calor
do sol de verão.
É água do céu, da nuvem em véu,
que vem p’ra formar
os rios e vazantes, os lagos brilhantes,
as ondas do mar.
Oh água!, se és gota divina,
que a todos fascina,
se és vida do ser.
Por quê? o homem maldoso,
voraz, ambicioso,
não para p’ra ver,
que um dia, que logo virá
e tu partirás
sem nada dizer.
E o homem, voraz, sem clemência
na própria indolência
irá perecer.
Oh água!, que és gota divina,
acorda, ilumina,
os homens de bem!
Lhes rega o chão da consciência,
desfaz a indolência,
a incúria, o desdém!
lhes abra, oh gota benzida!
os olhos p’ra vida,
que vai muito além!
faz qu’eles, qual guardas da vinha,
te salvem, gotinha;
se salvem, também!
Este poema foi referência poética na Campanha da Fraternidade/2004, da CNBB e faz parte do acervo poético da “Swenska Academien Stockholm Sweden “, que elege os vencedores do “Prêmio Nobel de Literatura”. Versado em idiomas vários.