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Do Leitor

Na bronca com diferenciação

15 de Agosto de 2021 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
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Deixo aqui minha indignação com o que ocorre neste País, diante dessa avassaladora pandemia do novo coronavírus. Sem dúvida alguma, há de haver protocolos para que todos possam cumpri-los, independentemente de classe social. Mas será que realmente é isso que ocorre?! Eu, sinceramente, duvido!

No dia 22 de julho minha mãe veio a falecer. Ela tinha 91 anos e estava já há três anos internada em uma clínica de repouso devido a problemas de saúde. Infelizmente ela tinha Alzheimer e, no dia 22, ela não estava bem, com dificuldade para respirar, principalmente devido às secreções. Diante desse quadro, levaram-na à UPH (Unidade Pré-Hospitalar) da Zona Norte. Ao chegar lá, mesmo sem apresentar nenhum sintoma claro de Covid, a internaram na ala designada a esses casos.

À noite ela veio a falecer, mas o pior ainda estava para acontecer. Devido às suspeitas de Covid, proibiram a família de realizar o velório e de enterrarem minha mãe no túmulo da família. É um verdadeiro absurdo, visto que o resultado do exame para ver se ela tinha o vírus só sairia 10 dias após a coleta. Portanto, só seria possível leva-la para o cemitério Santo Antônio, e jogarem nas valas como fazem com todos que assim falecem (desumano esse tratamento).

Diante de toda essa situação, a família resolveu cremar o corpo, assim pelo menos poderíamos colocar as cinzas no túmulo da família (o que era vontade dela). Mas agora eu pergunto para todos os responsáveis, se há protocolo, como informaram, então, que o ator Tarcísio Meira poderia ter velório, sendo que comprovadamente ele faleceu de Covid? O que o difere de todas as outras pessoas, ser rico e famoso? Então isso significa que os protocolos só são para as famílias pobres? Na real, é um grande absurdo o que fazem com as famílias e as pessoas.

E como era de se esperar, o resultado do exame de minha mãe deu negativo, ou seja realmente ela não estava com Covid. Todas as pessoas que se sentem lesados como eu deveriam entrar na Justiça e cobrar dos responsáveis, para que aprendam, a não ter distinção com as pessoas. Independentemente da posição social, todos deveriam cumprir o que determina o protocolo.
JOSÉ MOLINA