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Telemonitoramento de fisioterapia em tempos de pandemia

18 de Junho de 2020 às 00:01

Telemonitoramento de fisioterapia em tempos de pandemia Crédito da foto: Divulgação / Assessoria de Comunicação / Uniso

Carla Martins Crivellaro com

Graziele de Melo Silva e

Aline Alcoforado dos Santos

A doença Covid-19 trouxe inúmeros desafios ao sistema de saúde em geral. A notícia da pandemia que se instalou no país fez com que a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde anunciassem medidas de contenção como o isolamento social na tentativa de redução do contágio causado pelo coronavírus. Em virtude do distanciamento social, os tratamentos fisioterapêuticos nos estágios realizados pela Universidade de Sorocaba (Uniso) foram interrompidos como medida de segurança, mas a Fisioterapia, junto com outras profissões da saúde, ganharam destaque por buscarem estratégias criativas, constantes treinamentos para melhorar o aperfeiçoamento e preparo em habilidades virtuais para dar continuidade aos atendimentos, durante a quarentena, aos pacientes que estão em casa, principalmente os idosos e portadores de doenças crônicas, que são considerados grupo de risco para esta doença viral.

Como medida temporária, o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO) permitiu, em caráter excepcional, o telemonitoramento e teleconsultas para os pacientes, com o ofício número 77/2020/GRAPE, por meio da resolução número 560 de 20 de março de 2020. Mas, afinal, será que existe alguma diferença entre essas estratégias temporárias? A teleconsulta acontece em tempo real entre o fisioterapeuta e o paciente, ou seja, “ao vivo”, por meio de chamadas de vídeos pelo WhatsApp, Skype, Zoom, entre outras ferramentas.

Já o telemonitoramento é uma forma de acompanhar o paciente a distância e potencializar a comunicação e troca de informação por meio de mensagens de texto e de áudio, fotos e imagens, com a diferença que não acontece em tempo real. Portanto, é necessário um “casamento feliz e duradouro” entre a teleconsulta e o telemonitoramento, para que o efeito seja ainda mais benéfico para os pacientes e familiares envolvidos.

A Uniso sempre foi uma instituição acadêmica referência em atuação comunitária, e sabemos que nesse atual momento é necessária uma atuação em conjunto com todos os setores da sociedade. Muitos acadêmicos do último ano do curso de Fisioterapia estão trazendo à tona vivências positivas dos atendimentos virtuais que foram realizados com pacientes de “Estratégia de Saúde da Família” no bairro Cajuru, situado no município de Sorocaba. A princípio os estudantes ficaram apreensivos com o desafio do atendimento virtual, mas logo esse sentimento se transformou em ação. Todos os pacientes que já recebiam atendimento pessoalmente antes da pandemia foram contatados e tiveram seus atendimentos on-line agendados.

Com a orientação do corpo docente, os alunos elaboraram materiais -- como cartilhas informativas com exercícios, vídeos explicativos, infográficos sobre a doença dos pacientes atendidos e orientações de promoção e prevenção de saúde --, que foram disponibilizados por meio das ferramentas de comunicação on-line acessíveis aos cuidadores e pacientes.

Os atendimentos não se voltaram apenas para o olhar fisioterapêutico com o objetivo de evitar complicações decorrentes da doença de base e manter a reabilitação contínua, mas também com olhar humano, com a percepção de acolhimento, fortalecendo ainda mais o vínculo do cuidado e da esperança de vencer tempos difíceis. Sem dúvida, a saúde passa e passará por imensas transformações ligadas à tecnologia, e a Uniso sempre acompanhará essas inovações para auxiliar a comunidade que atendemos.

Carla Martins Crivellaro, professora da Uniso, fisioterapeuta e mestranda em Educação em Saúde pela PUC/SP.

Graziele de Melo Silva, aluna do curso de Fisioterapia.

Aline Alcoforado dos Santos, coordenadora do curso de Fisioterapia da Uniso, doutoranda em Educação na Uniso e mestra em Saúde da Mulher pela Unimep. Contato: [email protected]