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Salomão Pavlovsky

15 de Setembro de 2020 às 00:01

Salomão Pavlovsky Crédito da foto: Arte VT

Vanderlei Testa

Na edição do jornal Cruzeiro do Sul, em 19 de setembro de 2007, os leitores puderam conhecer um pouco da história de Salomão Pavlovsky. A reportagem prestou naquele dia uma homenagem dos dez anos da morte do radialista, jornalista e comunicador dos mais destacados de Sorocaba.

Hoje, 15 de setembro de 2020, na semana que relembramos os seus 96 anos de nascimento, vamos reviver a sua história que acompanhei durante mais de 30 anos. É fascinante relembrar do menino que aos 13 anos de idade chegou a Sorocaba, depois de ter sido em sua terra natal, no interior do Rio de Janeiro, entregador de jornal, engraxate, carregador de malas.

Minha história pessoal com o saudoso Salomão começou nos anos 70. Convivi com o Salomão Pavlovisky desde o início da minha carreira profissional e ele me ensinou muito.

Ousado, amava trabalhar com comunicação. Tanto é que obteve sucesso na vida porque fazia tudo amando sua profissão.

Eu presenciei com ele a sua batalha para conquistar a concessão da TV Sorocaba. Era um entusiasta da imprensa e do jornalismo ético.

Salomão já foi título de livro. “O livro de Salomão”. Sua trajetória de vida foi iniciada em 11 de setembro de 1924 e encerrada em 19 de setembro de 1997, com 73 anos de idade. É digna de ser destacada.

O seu nome ocupa entre tantas homenagens públicas, a ponte que interliga a rodovia Castelo Branco com a rodovia Senador José Ermírio de Moraes (Castelinho) e a ponte em Sorocaba, na avenida Dom Aguirre com a rua Mário Thame. Salomão foi um comunicador nato.

Começou um inédito serviço móvel de propaganda na sua juventude. Era Salomão uma “ponte” de comunicação entre os comerciantes e os consumidores de Sorocaba.

Criativo, ele abria o microfone para que as pessoas pudessem se manifestar como uma tribuna pública nos seus altos falantes das ruas da cidade.

Foi na Rádio Clube de Sorocaba, antiga PRD-7 que durante quinze anos o Salomão Pavlovsky mostrou seu talento e dom de locutor.

Ele acabou se tornando sócio de empresários e com ousadia iniciaram a Rádio Vanguarda. Em poucos anos a emissora viria a ser de sua propriedade.

A Vanguarda já tem 63 anos de atividades. Salomão Pavlovsky com sua esposa, dona Meire, e suas duas filhas, Cecília e Tânia, formaram uma família de sucesso.

Dona Meire e a Cecília comandam no dia a dia a emissora Vanguarda até hoje. A Tânia Pavlovsky está à frente da TV Sorocaba/SBT, tudo dentro do Sistema Vanguarda de Comunicação.

A Emissora Vanguarda foi a primeira rádio FM de Sorocaba e do interior do Estado de São Paulo. Imaginem naquela época onde somente os aparelhos de rádios com frequência AM funcionavam na cidade, aparecer o som limpo da Frequência Modulada-FM-, em músicas e noticiários jornalísticos, publicidade e jingles. Essa inovação fez com que as lojas vendessem muitos aparelhos de rádio FM.

A televisão sempre foi um dos sonhos do Salomão. Ele vivia frequentando o canal do empresário Silvio Santos, em aparições como jurado de programas de auditório.

Essa proximidade com o maior comunicador do Brasil em programas do seu Baú da Felicidade, animando as tardes de domingo no País, foi à faísca que acendeu a amizade e parceria da TV Sorocaba e com o SBT.

Tive o privilégio de estar com o Salomão Pavlovsky em Brasília quando da notícia da sua conquista do canal para Sorocaba. Comemoramos com um jantar e brindamos o futuro da televisão em Sorocaba.

Era o começo da década de 90, mês de outubro, quando entrou no ar na cidade, pelo sistema UHF, a TV Sorocaba/SBT.

A primeira atividade jornalística da emissora foi a cobertura das eleições. Acabei sendo convidado pelo Salomão, como jornalista, para as transmissões das apurações das eleições.

Lembro-me que entrei ao vivo como repórter com o microfone da TV Sorocaba/ SBT transmitindo os resultados para prefeito e vereadores, à frente de todas as emissoras.

A TV Sorocaba/SBT evoluiu muito nestas três décadas. A professora Meire Pavlovsky, em plena sabedoria de empresária e liderança, junto com as filhas e netos, irá entregar, em breve, um dos mais modernos centros de comunicação de Sorocaba, no Alto da Boa Vista.

A nova sede da emissora, cuja construção acompanho desde o início das obras, é fruto dos sonhos daquele menino com os seus treze anos falando em ser comunicador.

Salomão Pavlovsky nasceu em Inhaúma. Naquela época, em 1924, com as dificuldades dos imigrantes no Brasil, sua mãe, a romena Cecília Rosemblat e seu pai, Moisés Pavlovsky, lhe deram o dom da vida com muito amor. E nas bênçãos do seu nascimento, a unção para viver fazendo o bem à humanidade.

As imagens dos inúmeros álbuns fotográficos que permanecem como relíquia na família e na imprensa brasileira, mostra o Salomão entrevistando o presidente americano Ronald Reagan, a Rainha Elizabeth II, Pelé, o Imperador Japonês Hiroito, em audiências com o ex-presidente João Batista Figueiredo, ex-presidente Jânio Quadros e dezenas de personalidades nacionais e internacionais.

Salomão também era um repórter que sempre dava “furo de reportagem” nos resultados da eleição da Miss Brasil. Participei em Brasília do concurso com o Salomão e, antes de ser anunciada a sorocabana vencedora de Miss Brasil, Cátia Moreto, ele já me contava antecipadamente, sem que nenhum veículo de imprensa o soubesse.

Havia no Salomão uma sabedoria semelhante ao Rei Salomão, filho de Davi, da história bíblica. O Salomão ajudou muita gente humilde nas suas necessidades.

Um amigo radialista que prezo muito por sua determinação é o José Desidério. Com 50 anos de rádio, Desidério não se esquece do dia em que o Salomão lhe deu a oportunidade para trabalhar e iniciar sua carreira de radialista.

Encerro com a mesma palavra que eu disse na despedida do Salomão, no Cemitério Israelita: “Shalom” (Paz, em hebraico).

Vanderlei Testa jornalista e publicitário escreve às terças-feiras no Jornal Cruzeiro do Sul e aos sábados no www.blogvanderleitesta.com e www.faceboook.com/artigosdovanderleitesta