Saiu igualzito ao pai
São múltiplos e importantes os papéis do pai no núcleo familiar. Cabe a ele, no todo ou em parte, prover os meios para sustentação da casa e partilhar com a mulher as ações necessárias a manter o ambiente doméstico limpo, organizado e acolhedor. Em particular, compete-lhe propiciar aos filhos e filhas a primeira e mais credível visão do modo de ser masculino.
A paternidade associa firmeza e ternura, disciplina e acolhimento, profissionalismo e disponibilidade para o convívio, coragem que transmita aos filhos e à mulher a certeza de que estão protegidos e sensibilidade para valorizar os feitos e avanços da prole, autoridade para determinar correções e disposição para apoiar as iniciativas individuais.
Vivemos um instante de confrontos e inovações em que a masculinidade precisa ser repensada e ajustada aos desafios da contemporaneidade sem se esmaecer nem sofrer corrosão em seus delineamentos essenciais.
Vivenciar a paternidade exige foco, determinação e fé. É fundamental que os filhos encontrem no pai traços, externos de início, interiores na medida em que amadurecem física e psicologicamente, dignos de serem imitados e incorporados ao próprio viver e que as filhas nele distingam posturas em face da vida que gostariam de encontrar, adiante, em seus futuros companheiros.
Em "Guri", belíssima página do cancioneiro nativista, o menino elenca as traias semelhantes às do pai que gostaria de ter e, ao final, enuncia a razão determinante de tais quereres: "pra que digam quando eu passe / saiu igualzito ao pai."
Saber-se modelo e parâmetro para os seus é, de certo, uma das maiores e mais valiosas recompensas que o Altíssimo, pai de toda a humanidade, pode conceder a quem assume por inteiro as múltiplas dimensões da paternidade.
Acolha as tarefas e essas dádivas serão suas.
"Estejam vigilantes, mantenham-se firmes na fé, sejam homens de coragem, sejam fortes."
1ª Carta aos Coríntios 16:13 - Nova Versão Internacional
Geraldo Bonadio é jornalista