Rede sem fio
Crédito da foto: Divulgação
João Alvarenga
“Homem foi preso pela GCM, quando tentava furtar fios da rede elétrica”. Essa notícia parece que virou “carne de vaca” nas páginas do jornal já que, de tempos em tempos, alguém é detido em tais circunstâncias. Mas, por detrás de um crime aparentemente inofensivo, há um liame de problemas tanto para o poder público local quanto para quem depende da internet para trabalhar ou estudar.
Talvez, o leitor deva se perguntar: mas, o que o roubo de fios tem em comum com o acesso à web? A resposta é simples: tudo! Afinal, quando alguém resolve arrancar a fiação elétrica que está suspensa junto aos postes, o estrago é generalizado, porque não retira apenas o fio condutor de energia elétrica, mas também os cabos de fibra ótica que correm junto à referida rede.
Para fazer tal operação, o criminoso amarra uma pedra em um arame, que é lançado sobre os fios, para depois puxá-los. De uma só vez leva a fiação toda, deixando pessoas sem comunicação e órgãos públicos às escuras. Os bandidos alegam que o preço do cobre e o desemprego têm instigado esses furtos. Além disso, quase não há punição, pois é considerado crime de menor poder ofensivo.
Talvez, o leitor já tenha vivido este drama: do nada fica sem acesso à internet. Desesperado, liga para a operadora e descobre que o sistema está em manutenção. Ou seja, não há previsão de retorno imediato, pois estão substituindo os fios arrancados. A sensação de que aquele dia está perdido é inevitável. E, se por acaso, você só assiste TV, via plataformas digitais, até o lazer foi para o espaço. Não dá para jogar videogame, nem mesmo interagir com seu grupo.
Esse quadro é crítico e, para quem duvida, basta dar uma caminhada pelas ruas do centro de Sorocaba, para constatar que inúmeros fios, tantos da rede elétrica quanto de internet, estão caídos ao chão. Lamentavelmente, esse problema se espalhou pela cidade, e há trechos em que vemos até pares de tênis suspensos à rede elétrica. Vandalismo que representa mais do que prejuízo, uma ameaça à vida, pois fios expostos podem até matar.
(*) João Alvarenga é professor de redação e cronista.