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Qual é a doença que mata uma pessoa a cada oito segundos?

14 de Novembro de 2020 às 00:01

Patrícia Rondon Gallina e Alisson David Silva

A diabetes mellitus tipo 2 é uma doença desenvolvida ao longo da vida como consequência de hábitos inadequados. Está associada ao sobrepeso, sedentarismo e histórico familiar. Este tipo de diabetes é muito comum e atinge cerca de 350 milhões de pessoas no mundo. O pior é que este número não para de crescer, principalmente, por conta da má alimentação frequente.

Para que possamos evitar esta doença, ainda sem cura, primeiro é necessário entendermos o que ocorre no nosso organismo. Pacientes com a doença, possuem uma deficiência na ação da insulina presente na circulação sanguínea. Isso pode ocorrer devido à quantidade insuficiente de insulina produzida, ou, ainda, pelo mal funcionamento da insulina que foi produzida pelo organismo e os tecidos não serão capazes de reconhece-la impedindo que o açúcar chegue até as células.

As causas ainda não são muito claras, mas estão associadas a fatores genéticos e ambientais, ou seja, o indivíduo que está mais suscetível deve evitar hábitos considerados “diabetogênicos”, como, por exemplo, o sedentarismo, tabagismo e a ingestão calórica excessiva.

Em relação a alimentação, devemos evitar o consumo excessivo de açúcar e carboidratos -- sabendo que o termo açúcar é genérico de carboidratos e diferenciamos somente para melhor entendimento. Primeiramente vamos tratar do açúcar de adição -- que seria aquele que adicionamos nas bebidas como café, chás ou sucos --, essa prática deve ser evitada ou no mínimo reduzida de início. Mas também temos o açúcar contido nos alimentos, por exemplo, os ultraprocessados que são ricos em açúcares, bolachas recheadas, salgadinhos, refrigerantes, balas e doces. Além desse hábito, temos o consumo exagerado de carboidratos, ou seja, massas, pizzas, pães, bolos, entre outros, que em excesso, fazem mal ao organismo e contribuem para o desenvolvimento da diabetes tipo 2.

Por outro lado, devemos adicionar na nossa alimentação, o consumo de alimentos in natura, como frutas, grãos integrais, leguminosas, oleaginosas e vegetais, evitar o consumo de gorduras de origem animal e preferir as de fonte vegetal, como azeite de oliva. Nas refeições, diminuir as quantidades das porções e não ficar por muito tempo em jejum. E, sempre que possível, procure a orientação de um nutricionista para desenvolver uma dieta adequada à sua rotina.

Para controlar a doença, os níveis de glicose no sangue devem ser rastreados com frequência para evitar complicações como insuficiências cardíacas, problemas de visão, danos hepáticos, lesões renais, lesões nervosas e problemas de pé diabético que são difíceis de tratar e podem levar a amputação do membro.

Basta um exame de sangue para indicar alterações na taxa de glicose, porém, é necessário fazer exames complementares para o diagnóstico da doença. Neste caso, é importante buscar orientações com profissionais da saúde que irão auxiliar no diagnóstico e tratamento.

Em 14 de novembro é celebrado o Dia Mundial do Diabetes. A data tem como objetivo fazer um alerta sobre a prevenção e combate à doença que atinge milhares de pessoas. A falta de conhecimento é considerada um dos obstáculos para combater a epidemia, tendo em vista que metade dos portadores de diabetes não sabe que possuem a doença.

Patrícia Rondon Gallina é farmacêutica e professora do Centro Universitário Internacional Uninter.

Alisson David Silva é nutricionista e professor do Centro Universitário Internacional Uninter.