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Pequenos gestos no Ano Novo

05 de Janeiro de 2021 às 00:01

Pequenos gestos no Ano Novo Crédito da foto: Arte / Camila Testa

Vanderlei Testa

Começamos o Ano Novo. Hoje, dia 5, aniversário da minha mãe Carmela. Estaria fazendo 105 anos. Viveu mais de 90 anos e manifestou em pequenos gestos a grandeza de sua vida. Amanhã, dia 6 de janeiro, celebramos o Dia de Reis. É também o dia em que as árvores de Natal e presépios são desmontados e guardados.

A festa comemorada pelos católicos no mundo relembra quando os três reis magos, guiados pela estrela de Belém, encontraram o Menino Jesus. Esse dia é significativo na minha história de vida.

Há 30 anos, no dia 6 de janeiro de 1991, tive a graça de celebrar a Epifania do Senhor com uma experiência inesquecível em uma missa que mudou radicalmente os passos da caminhada espiritual e humana do meu entendimento dos planos de Deus. Neste ano, a Epifania foi celebrada dia 3 de janeiro.

Para enfrentarmos os desafios dos 360 dias que vêm pela frente em 2021 precisamos focar nossa vida em pequenos gestos.

Sim, gestos de gratidão e de fraternidade humana, com a natureza e conosco mesmo. A menina Carolina, que ilustra a foto deste primeiro artigo do ano, tem tudo a ver com o que penso. Ela é minha neta. Lá em casa o pequeno e frágil beija-flor que diariamente circula nos ares do quintal em busca do néctar das flores acabou caindo machucado.

A reação imediata de acolher o animalzinho, um pássaro delicado e minúsculo sobre a palma das mãos foi emocionante. De repente sentimos o seu coração enfraquecido palpitar na pele e a sua debilidade física.

O soro alimentar doce aplicado via seringa no líquido injetado no bico dava ao beija-flor as energias que precisava. Foram minutos decisivos à sua vida.

E dias depois ele voava novamente pela casa em gratidão.

Uma lição de vida que jamais esqueceremos e, certamente a Carolina levará como lição de respeito à vida e à natureza.

Conto esse fato abrindo a série de reflexões que fazemos a cada terça-feira no jornal Cruzeiro do Sul para seguirmos em frente com as boas notícias deste espaço. Há muitas vidas anônimas em Sorocaba que fazem o bem.

Exemplos de pessoas e famílias desconhecidas da mídia, mas conhecidas de Deus.

A família Maldonado Sewaybricker, do Jardim Saira, é uma delas. A Márcia, o Luiz e os filhos plantaram neste final de ano uma árvore em frente à sua casa.

O fato que é a “cereja do bolo em gesto de sabedoria” foi manifestado pela família em colocar numa capsula do tempo mensagens escritas com as suas intenções para o futuro. Ficará sob as raízes até os próximos anos.

Sandra e o filho Gui, diariamente frequentam a missa das sete horas no Mosteiro de São Bento. Lá vejo o Gui com a Síndrome de Down trazendo a alegria intensa da sua vida inocente de mais de quarenta anos.

Seus pequenos gestos de cumprimentar, sorrir, falar e olhar tocam todos que frequentam a igreja de Sant’Anna.

É um amigo e anjo voando como o beija-flor que encanta os olhos e a nossa alma com os seus pequenos gestos de amor.

Convivi com a dona Maria Glória Rodrigues Claro Camargo e seu esposo Fernando Rocha Camargo.

Eles eram pessoas boníssimas e entregaram parte de seus bens para a construção da creche que hoje leva o seu nome, na avenida João Wagner Wey. A doação total da área para o Lar Ivan Santos Albuquerque foi realizada pelo casal.

Eram incansáveis voluntários das obras sociais de Sorocaba. Um exemplo que segue há décadas com a sua família.

A vó Maria, como eu gostava de chamá-la, era uma mulher doce em bondade. Ela educou suas três filhas e netos, com o marido Fernando, como um exemplo de pais amorosos que motiva cada descendente a continuar a obra que iniciaram no Instituto Maria Claro.

Em dezembro, lançamos, em um dos artigos, o apelo para uma doação de cestas de Natal às famílias indicadas pelo Conselho de Leigos da arquidiocese.

Foram doadas 249 cestas e, com certeza, 249 famílias sendo alimentadas com os gestos de bondade dos leitores do jornal Cruzeiro do Sul e outros benfeitores.

São pequenos gestos que em 2021 poderão fazer a diferença no mundo.

As histórias que conheço, como a do José Rubens Campagna, que nasceu e foi criado na antiga rua das Cabras, hoje rua Conselheiro João Alfredo, no bairro Pinheiros.

Naquela época nos anos 50, seus pais e os moradores doavam o leite das cabras para o alimento das crianças da Vila Pinheiros.

Hoje vejo as atitudes de um grupo de homens frequentadores do chamado “Terço dos Homens” no Santuário de Santa Filomena.

São muitos litros de leite doados por homens de todas as idades que irão contribuir na alimentação das crianças.

Gestos que tocam na simplicidade do coração foi o fio condutor do Centro Familiar de Solidariedade N. S. Rainha da Paz (Cefas), de Sorocaba.

Uma equipe de voluntários conseguiu em 2020 ganhar um veículo para o transporte de mais de 70 crianças em 2021.

Além de alimentá-las e proporcionar estudo e atendimento, os abnegados membros da entidade transformam vidas, como tenho testemunhado nos últimos anos, através dos muitos voluntários, representados aqui pelo Paulo Torres e o padre José Sometti.

E deixo para o final, os pequenos gestos de profissionais da saúde que irão colocar as suas vidas em risco para atender os casos de Covid-19 enquanto a vacina não for aplicada no Brasil.

Penso positivamente para que em 2021 estejamos todos vacinados e sejamos imunes a esse vírus.

Façamos pequenos gestos todos os dias em 2021 para que seja um ano abençoado.

Ajude a divulgar o site www.cancerefamilia.com.br e/ou www.facebook.com/cancerefamilia.com e ajude a salvar vidas.

Esse projeto de divulgação de prevenção ao câncer tem cinco volumes escritos por quem está há oito anos combatendo a sua doença.

O mundo por vezes fecha as portas, mas Deus abre caminhos.

Vanderlei Testa é jornalista e publicitário. Escreve às terças-feiras no jornal Cruzeiro do Sul e aos sábados no www.blogvanderleitesta.com e www.facebook.com/artigosdovanderleitesta.