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‘Paraíso’ no Cine Reflexão da Fundec

13 de Setembro de 2019 às 00:01

‘Paraíso’ no Cine Reflexão da Fundec Philippa (Cate Blanchet) e Filippo (Giovanni Ribisi) vivem dilemas morais. Crédito da foto: Divulgação

Nildo Benedetti - [email protected]

Na semana passada apresentamos na Fundec o filme “Inferno”, dirigido por Danis Tanovic, a partir do roteiro dos poloneses Krzysztof Kieslowski Krzysztof Piesiewicz. Hoje apresentaremos “Paraíso” dos mesmos roteiristas e dirigido pelo alemão Tom Tykwer em 2002. Os dois filmes fazem parte da Trilogia “Inferno”, “Purgatório” e “Paraíso” que Kieslowski pretendia dirigir; mas, faleceu antes de iniciar as filmagens.

Estamos em Turim, na Itália. Philippa é uma professora de inglês nascida no Reino Unido. Vinha há anos telefonando e enviando cartas à polícia italiana acusando um empresário da indústria eletrônica de comandar uma rede de traficantes de drogas responsável pela morte por overdose de uma jovem estudante e do próprio marido de Philippa. Como não consegue que a polícia tome qualquer medida para barrar a atividade do traficante, Philippa resolve fazer justiça com as próprias mãos e executa um atentado à bomba para matá-lo. Presa, fica sabendo que o traficante visado escapara ileso e que, acidentalmente, ela fora responsável pela morte de quatro pessoas inocentes.

O conhecimento desses fatos leva-a ao desespero, porque ela é uma mulher preparada para sacrificar sua vida contra o mal, representado pelo traficante, mas acaba por praticar um mal maior. É acusada pela polícia de ser membro de um grupo terrorista e pressionada para revelar o nome dos mandantes. Como ela quer testemunhar no idioma inglês, um jovem carabineiro, Filippo, atua como seu intérprete oficial. O promotor que a interroga está cercado por policiais corruptos, dentre eles o major pai de Filippo. Profundamente tocado pela ação de Philippa, Filippo se apaixona por ela e resolve ajudá-la, elaborando um plano de fuga. Ela concorda com a execução do plano elaborado pelo carabineiro, não porque queira fugir da punição pelo seu crime, mas porque quer ter a oportunidade de matar o traficante. É uma forma de reparar a desgraça que provocou matando inocentes involuntariamente. Os dois fogem e a polícia os persegue.

Philippa e Filippo têm nomes quase idênticos; mais tarde, raspam a cabeça, usam roupas iguais e se tornam fisicamente parecidos. Mas ela é a sustentação da dupla. É mais velha, mais forte, mais decidida e corajosa e exerce enorme influência sobre o jovem Filippo. Ele, por seu turno, procura ajudá-la, mesmo correndo o risco de perder a vida e cometer traição contra corporação militar a que serve. Mas ambos são movidos por amor, ele por ela e ela, não só por ele, mas pelo ser humano de modo geral.

Como vimos no “Decálogo”, já exibido na Fundec em abril e maio de 2018, os filmes de Kieslowski mostram os dilemas morais com que frequentemente se deparam os seres humanos. Naquela série, tais dilemas aparecem em todos os dez capítulos. Neste “Paraíso”, o casal protagonista deixa de acreditar na justiça deste mundo e é acossado por dilemas morais, assim como o pai de Filippo.

O filme tem final simbólico que justifica seu título.

Serviço

Cine Reflexão

“Paraíso”, de Tom Tykwer

Hoje, às 19h

Sala Fundec (rua Brigadeiro Tobias, 73)

Entrada gratuita