O poder serve para servir
Jornalista Geraldo Bonadio. Crédito da foto: Arquivo JCS/ Emídio Marques
Confira a coluna Reflexão, de Geraldo Bonadio
Poder Judiciário vem testando, no Brasil, meios e modos de solucionar de forma rápida os desacordos entre as pessoas. Num deles, um advogado age como juiz leigo: ouve as partes, elabora uma proposta de solução e a submete ao juiz togado. Uma vez que a proposta seja acolhida e homologada por este, a pendência fica resolvida.
Há pouco, no Estado do Rio, uma juíza leiga, havendo se desentendido com a advogada de uma das partes, mandou que o policial de serviço no fórum a algemasse! Não solucionou o problema e criou outro, ainda mais difícil.
Caso único? Antes fosse. Também no Rio, um técnico em informática, honesto e trabalhador, buscou o juiz para esclarecer que a pessoa contra qual havia uma ordem de detenção tinha o mesmo nome que ele, mas moradia e CPF diversos. A autoridade o encarcerou e a família ainda não conseguiu tirá-lo da cadeia.
Das muitas bebidas que o homem inventou ao longo dos séculos, nenhuma embriaga tão pronta e completamente como o poder exercitado sem equilíbrio.
A pessoa, investida num cargo, é facilmente seduzida por aquelas que, interesseiras, bajulam e louvam as excelsas qualidades que nela descobriram a contar do momento em que foi nomeada. Outras vezes, o poderoso embebeda a si próprio.
Fuja dessas armadilhas.
Tem algum poder de comando? Deus o colocou em suas mãos para que possa servir, socorrer e melhorar a vida de seus irmãos e não para que exalte a si mesmo.
Recuse essa bebida. Lembre-se: esses que agora o aplaudem, tão logo você não sirva mais aos interesses deles, passarão a ignorá-lo. E, se você ficou viciado em bajulação, vai sofrer muito.
“Julguem a causa do fraco e do órfão, façam justiça ao pobre e ao necessitado. Ponham em liberdade o fraco e o indigente, e os livrem da mão dos ímpios.”
Salmo 82:3-4 Nova Bíblia Pastoral