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O crime no comando

05 de Fevereiro de 2021 às 00:01

O crime no comando Crédito da foto: Divulgação

João Alvarenga

De repente, um pacato comerciante de nossa cidade é friamente assinado com um tiro certeiro no peito. A notícia frisou que o crime aconteceu à luz do dia! Para ser exato: ao meio-dia, na “sagrada” hora do almoço, em que a vítima se preparava para fazer sua refeição. Porém, sob as doze badaladas daquele fatídico “12 de janeiro”, algo terrível aconteceu: dois criminosos mataram cruelmente um pai de família. Atiraram, sem piedade, bem na frente do filho, que também foi baleado.

Infelizmente, temos a impressão de que 2021 repete o mesmo cenário caótico de 2020, no que tange ao crescimento da criminalidade em várias partes do País. Ousados, os bandidos usam armamento pesado e realizam operações dignas de filmes de ação: cercam cidades, sequestram, traficam, roubam carros e explodem caixas eletrônicos devastadoramente.

Detalhe: as câmeras de segurança não os intimidam, pois mesmo sabendo que estão sendo filmados, não medem esforços para levar o que não lhes pertence. Assim, basta um simples descuido para que o mal se estabeleça. Logo, além de apavorar para subtrair bens alheios, roubam também a vida de pessoas inocentes. Com um único tiro, matam trabalhadores, gente simples e honesta que luta com dificuldade para pagar suas contas.

Nem mesmo cercas elétricas e alarmes impedem que infernizem a vida de quem sustenta a família com sacrifício. Quando estão armados e drogados são agressivos; mas, ao serem presos, tornam-se “cordeirinhos”. Ou seja, o crime não tem nome nem rosto e as mortes não passam de estatísticas.

Apesar de a Polícia dar um duro danado para prendê-los, muitos saem rindo, pela porta da frente da delegacia, pois nossa legislação é falha e, muitas vezes, pune o cidadão de bem. Isso nos dá a sensação de que o crime está no comando e as autoridades inertes diante da realidade.

Porém, amigo leitor, se nada justifica o crime, há um meio digno de combatê-lo: criar oportunidade de trabalho e renda justa para todos. Principalmente para os jovens, pois as portas do emprego estão fechadas para eles.

(*) João Alvarenga professor de redação e cronista.