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Mistura impossível

28 de Agosto de 2018 às 08:58

Apoiados em longa experiência de sucessos e fracassos, os Alcoólicos Anônimos ensinam, aos engajados em algum de seus grupos, que, seja qual for o tempo durante o qual a pessoa tenha permanecido sóbria, ela regride ao estágio inicial assim que ingerir o primeiro gole de bebida.

Evitar esse trago, só durante o dia de hoje, é tudo a que ela deve se propor. Assim que coloque na boca uma só gota de álcool, não haverá, no mundo, bebida suficiente para satisfazê-la.

Muitos de nós tivemos a alegria de ver alguém que considerávamos definitivamente perdido para o vício reerguer-se e a tristeza de presenciar a queda, ao mais fundo dos abismos, de quem julgávamos recuperado.

O ensino-chave dos AA alerta para o mais sedutor dos enganos da vida, ante o qual muitos se rendem: a tentativa de apimentar seu ajustamento ao Evangelho com uma pitada, um grão, um tico de maldade.

Luz é luz, sombra é sombra. Na medida em ensombrece um ambiente ou uma paisagem, sua possibilidade de distinguir coisas, pessoas e situações nele presentes diminui. A maldade é ladeira escorregadia: para chegar ao nível mais fundo, basta deslizar; difícil é sair da fundura a que ela nos tenha conduzido. Assim que firmamos o pé no lamaçal, tendemos a escorregar rumo ao ponto mais baixo.

Você ouvirá, a cada dia, mesmo das pessoas mais improváveis e em ambientes aparentemente protegidos, insinuações e convites para provar um golinho de maldade que, de tão pequenininho, não terá consequências.

Fique com a palavra do apóstolo Paulo, que os AA ajustaram ao ambiente dos escravizados pelo álcool: o primeiro copo derruba tudo, sem deixar nada de pé.

Se é do bem, não faça pactos com o mal. Este o quer por inteiro. Não se contentará em ter apenas um pedaço do seu eu.

“(...) evitai toda espécie de mal.”

1ª Carta aos Tessalonicenses 5:22

Bíblia do Peregrino