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Governabilidade pelo bem de Sorocaba

19 de Maio de 2019 às 00:01

José Crespo

Governabilidade é o conjunto das condições necessárias ao exercício do poder de governar. A primeira dessas condições, no mundo democrático, é a escolha do futuro governante, por um período, em processo eleitoral. Mas isso está longe de bastar ao exercício do poder, em benefício de toda a população afetada, incluindo os que, por circunstâncias, não apoiaram o representante eleito.

Existem muitas limitações, jurídicas e financeiras, à execução das vontades populares. O melhor político não é o populista, o demagogo, que tudo faz para agradar as massas, em atitudes imediatistas mas inconsequentes, e sim aquele que estuda mais, porque tem acesso aos melhores dados e aos mais abrangentes círculos de debates, e investe em ações consistentes e duradouras, algumas amargas a curto prazo, mas necessárias ao desenvolvimento sustentado.

Um bom político deve realizar as ações comezinhas e de simples zeladoria, mas deve também conduzir a sua sociedade para um futuro melhor, deixando legados, direcionamentos seguros. Uma sociedade melhor e de bem-estar, somente se constrói com muito diálogo, trabalho e sacrifícios do pessoal para o coletivo.

O Brasil ainda não saiu da pior e mais grave crise de sua história, que começou em 2013. Nosso PIB e a receita “per capita” caíram vertiginosamente, e com eles, o mercado, a oferta de empregos e a arrecadação de impostos, dinheiro com que os governos contam para resolver as demandas sociais, a começar por Saúde, Educação, Segurança e praticamente tudo o mais.

Pelo outro lado, a população numericamente continua a aumentar, e com a crise, dependendo cada vez mais dos sistemas públicos e gratuitos. O discurso feito no último dia 26, em Sorocaba, pelo atual presidente do TCE - Tribunal de Contas do Estado, o dr. Antonio Roque Cittadini, foi um alerta para os desavisados e até mesmo para os otimistas: a crise brasileira, que afeta os municípios, ainda não passou e esse quadro continuará assim pelos próximos anos, mas as leis de austeridade legal e fiscal, continuam vigendo. Alertou também que os municípios não devem esperar grande ajuda das esferas superiores, a estadual e a federal, pois elas não virão. Somente existem duas soluções, portanto: ou cortar despesas, e até alguns serviços, ou aumentar a arrecadação própria, em impostos e taxas municipais.

Já tivemos consciência disso, desde a nossa posse em 2017, e estivemos cortando despesas supérfluas ou menos importantes do que outras, revisando contratos, otimizando processos. Com isso, conseguimos manter todos os serviços básicos, em bom padrão de qualidade, como a merenda escolar, a limpeza pública e o transporte coletivo.

Sorocaba tem apresentado, neste governo, importantes e significativos avanços nos serviços prestados à população. Temos realizado ações cujos números e rankings colocam a cidade à frente até de algumas capitais, no que se refere a potencial de consumo, importação e exportação, geração de renda, ações culturais, entre outros.

Segundo o Instituto Indsat - Índices de Satisfação dos Serviços Públicos, somos a 2ª melhor cidade em qualidade de vida do Estado, ficando atrás apenas da vizinha Indaiatuba. O mesmo instituto, em outro estudo, revelou que pela 6ª vez consecutiva em nossa atual gestão, a coleta de lixo em Sorocaba atingiu “alto grau de satisfação popular”.

Sorocaba também aparece como a 7ª cidade do Estado de São Paulo com maior potencial de consumo, segundo ranking elaborado pela IPC Marketing Editora. E ocupa a 5ª colocação geral dos municípios que mais formalizam, se comparada com municípios com menos de um milhão de habitantes.

Estamos pagando em dia todos os nossos fornecedores, bem como o salário do funcionalismo ativo e inativo municipal. E, no que se refere a financiamentos, Sorocaba, neste governo, foi promovida ao nível “A” na análise de capacidade de pagamento (Capag) do Governo Federal. Essa avaliação gera um rating da situação fiscal e, na prática, avaliza que o município é um “bom pagador”.

Apesar de todos esses avanços, ainda estamos sofrendo os efeitos da crise econômica nacional, com arrecadação bem menor do que a esperada, e a cada dia novos obstáculos aparecem, principalmente de natureza política. Existe muita intolerância e imediatismo no ar. Não esmoreceremos, mas precisamos da ajuda de todos os homens e mulheres de Bem, para que possamos continuar e vencer, em favor de Sorocaba, a missão que o povo colocou em nossas mãos.

*José Crespo é prefeito de Sorocaba.