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Filmes da Netflix: “O dilema das redes” (Parte 1 de 7)

09 de Outubro de 2020 às 00:01

Filmes da Netflix: “O dilema das redes” (Parte 1 de 7) No Vale do Silício, na Califórnia, Estados Unidos, estão grandes empresas globais de tecnologia. Crédito da foto: Divulgação

Nildo Benedetti - [email protected]

Este documentário do diretor norte-americano Jeff Orlowski é um dos muitos que tratam dos problemas decorrentes do uso generalizado das redes sociais como são hoje estruturadas e controladas. As redes sociais a que nos referimos são Facebook, YouTube, Instagram, Twitter, Pinterest etc. O assunto é de grande atualidade e urgência, sobre o qual todos precisam de um conhecimento básico, porque as redes afetam e continuarão afetando cada vez mais profundamente nossas vidas.

O que diferencia “O dilema das redes” de outros documentários que tratam do tema é a quantidade e a qualidade indiscutível de entrevistados: Tristan Harris, especialista em ética de design no Google, Jeff Seibert, ex-diretor sênior de produto do Twitter, Tim Kendall, ex-presidente do Pinterest e ex-diretor de monetização do Facebook, Sean Parker, ex-presidente do Facebook e muitos outros com currículos de nível similar. São jovens que participaram profissionalmente da criação e desenvolvimento das redes e, portanto, são os responsáveis e reconhecem a gravidade da situação atual. Por essa razão, deveríamos ficar atentos ao que dizem. Além desses, o filme traz depoimentos de Roger McNamee, investidor de tecnologia, Anna Lembke, diretora médica de medicina anti-dependência da Escola de Medicina da Universidade de Stanford etc.

Não é preciso esclarecer que a tecnologia da informação trouxe e continuará trazendo enormes benefícios para a sociedade. A possibilidade do trabalho e estudo a distância, o contato com familiares e amigos localizados em lugares longínquos do mundo e muitas e muitas outras maravilhas que conhecemos. Ao mesmo tempo, os assombrosos recursos das redes sociais adquiriram vida própria ao serem criados e os depoimentos dos especialistas da tecnologia no filme mostram que seus efeitos danosos para os humanos não foram inicialmente previstos. Contudo, Sean Parker, ex-presidente do Facebook afirma que e os criadores e inventores, como ele, Mark Zuckerberg, Kevin Systrom do Instagram, tinham consciência dos problemas que as redes provocariam e, ainda assim, levaram seus projetos a frente.

O filme mostra um cenário assustador do que espera a sociedade mundial se as empresas de tecnologia não forem controladas e responsabilizadas o mais rapidamente possível. Cito a seguir alguns argumentos apresentados pelos especialistas, às vezes quase literalmente.

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A televisão vende aos anunciantes a atenção que dispensamos à publicidade. Os anunciantes são os clientes do ramo de negócio da televisão e nossa atenção é o produto oferecido a esses clientes, medida por indicadores de audiência como o Ibope. As empresas de mídias sociais têm o objetivo semelhante às da empresas de televisão: obter a nossa atenção, para também vendê-la a seus clientes. Nossa atenção é o produto comercializado em um caso e no outro.

Mas, as mídias sociais conseguem alcançar esse objetivo de uma forma nova, muito mais eficiente e abrangente. Como elas atuam para reter por tanto tempo a nossa atenção a ponto de nos tornar viciados em menor ou maior intensidade, como podemos observar no nosso dia a dia?

Continua na próxima semana.

Esta série de artigos está incluída no projeto Cine Reflexão da Fundec.