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Fera humana

19 de Março de 2021 às 00:01

Fera humana Crédito da foto: Divulgação

João Alvarenga

Francamente, não dá para entender o que se passa pela cabeça de algumas pessoas que, ao cometerem atos bizarros, reduzem a espécie humana à condição de verdadeiros monstros. Muitos agem como se fossem feras descontroladas, embora se achem racionais e donos do destino de criaturas que julgam inferiores.

Desse modo, infelizmente, capturam, comercializam e exterminam seres fragilizados pela mão humana. Um episódio divulgado pelo Cruzeiro do Sul estarreceu a todos: um rapaz, talvez drogado, brutalmente, cortou as patas dianteiras de um inofensivo gatinho.

Porém, essa condenável atitude não é caso isolado; afinal, Sorocaba tem um triste histórico de práticas cruéis contra animais, pois nem os cavalos escapam de atos abusivos. Tanto que também foi manchete recente: “Maus-tratos a animais teve mais de mil denúncias”.

De acordo com a seção responsável pelo bem-estar animal da Prefeitura, cães e gatos são os principais alvos de ações nefastas de pessoas que se mostram contrárias à ideia de acolher tais criaturas que, no fundo, precisam de carinho e proteção. Há casos em que um simples latido se torna motivo de implicância de vizinhos que tomam atitudes inadequadas.

Para quem acha pouco, tais ocorrências, de acordo com as denúncias, foram registradas ao longo de 2020, bem no auge da pandemia. Alguns poderão se justificar, dizendo que perderam a cabeça por causa do isolamento social, como isso fosse desculpa para tanta crueldade.

O fato é que os casos vão desde o abandono, passando por agressões gratuitas e até envenenamentos. Com certeza, os agressores desconhecem as lições de São Francisco de Assis, que pregava o respeito à natureza e aos animais.

Para quem leu tais matérias e ficou com a impressão de os sorocabanos perderam o senso e se deixaram levar pela brutalidade dos tempos atuais, resta o consolo de que saber que, em nossa cidade, há inúmeras ONGs que, sem apoio governamental, acolhem os PETs vítimas de maus-tratos. Isso desfaz essa má impressão.

(*) João Alvarenga, professor de redação e cronista.