Felipe conquistou o MIT
Crédito da foto: Acervo da Família
Vanderlei Testa
Felipe Roz Barscevicius. Vinte e uma sílabas que formam o seu nome vitorioso. Dia cinco de maio de 1998. Há 22 anos, em meio aos números de dias desse mês dedicado às mães, o Felipe nasceu gerado pelo amor de Rosana e Paulo. Conheço o casal, desde quando morava no Jardim Saira nestas mais de duas décadas. Ele nasceu na maternidade do hospital. A descendência de Rosana e Paulo estava garantida com a chegada do filho primogênito, o bebê Felipe. Ele veio com toda energia pra este mundo. Era como um foguete desejando subir às alturas com sua vivacidade. Como dizem os pais e avós mais experientes, um menino elétrico e espacial. Não parava o dia todo sem ter o que fazer. Brincar, mexer em tudo e curioso, ele ia crescendo em conhecimento com suas invenções mirabolantes. Felipe frequentou a escolinha dos dois anos até os seis anos de idade. Depois foi matriculado no Objetivo, distante de sua casa, mas a mãe se ajeitava no tempo e diariamente levava o Felipe às aulas até a oitava série. A partir daí entrou para o Uirapuru até a conclusão do ensino médio com 18 anos. Sua esperteza de aluno em aprender as matérias de física espacial dava para perceber nas inúmeras idas que fizemos até Mongaguá. Nas férias, seus pais frequentavam a cidade praiana dos sorocabanos. Éramos vizinhos de apartamento. Na areia da praia encontrava com a família de Rosana e Paulo e proseamos muito nesses anos. No anoitecer, Felipe ia com o pai na praia para os seus experimentos com a latinha, o seu foguetinho de garrafas pet e as bombinhas juninas. Seu prazer era explodir até que ela subisse as alturas cada vez mais alto como se fosse um foguete. Quem via da calçada, como o seu tio Marcos, dava risada e ao mesmo tempo coçava a cabeça de preocupação. Ele imaginava que podia estourar a bombinha no chão e machucar o sobrinho e afilhado Felipe. Em casa a sua brincadeira se resumia em jogos com Lego e livros. Nos tempos de ginásio e colegial, Felipe se destacava por sua sabedoria e facilidade com números e as matérias mais complicadas como física. Adorava fazer experimentos inusitados de física com os coleguinhas de classe. Em 2015, no segundo ano do ensino médio, Felipe e equipe de colegas participaram da Mostra Brasileira de Foguetes de garrafas pet, conquistando o primeiro lugar com a invenção, que subiu 333 metros de altura. Acompanhando sua trajetória de jovem, vi o Felipe espichar em estatura. Nas celebrações e visitas da Festa do Divino o Felipe e os pais, com fé, recebiam a bandeira em casa e agradeciam as graças recebidas da família. Concluído seu curso colegial em Sorocaba, eis que a escolha de Felipe para as universidades e vestibulares atingiu um patamar Internacional. Além do Brasil, na Politécnica, Felipe desejava tentar uma vaga na quase impossível universidade MIT. A concorrência internacional de pretendentes na Universidade de Massachusetts-MIT dos Estados Unidos é mundial. O Instituto de Tecnologia em Cambridge, um dos mais renomados do mundo em ensino superior, era a meta do Felipe para cursar Engenharia Aeroespacial. Nada o intimidou. Tinha conhecimento, pois estudou muito. Orientado pelo pai, também engenheiro, foi com tudo pra realizar os exames nos Estados Unidos. Resultado: foi aprovado. Um sonho de qualquer estudante brasileiro e de outra parte dos cinco continentes. Seu nome na lista de aprovados e a carta que recebeu do MIT cumprimentando o auspicioso resultado foram comemorados em Sorocaba por familiares, amigos e professores. O canto do pássaro uirapuru alcançou o som longe nas alturas da voz do Felipe: “passei”!
Malas feitas, aeroporto internacional de Guarulhos, as preocupações da mãe com a moradia do filho em terras distantes e o incentivo do pai, resultaram em maio de 2020, em quatro anos de universidade, desde o dia sete de setembro de 2016. Nesse período de quatro anos, o aprendizado em Massachusetts, na famosa MIT, uma das melhores do mundo, capacitou nosso jovem sorocabano a ser um expert na profissão escolhida de engenheiro aeroespacial. Com seus novos amigos americanos e de outros países que se formaram em sua turma, um grupo de excelência em suas aptidões de engenharia aeroespacial, comemoraram a conquista do desejado e merecido diploma. Ao celebrar os seus 22 anos de vida, com os seus pais Rosana e Paulo em plena felicidade, o novo doutor da MIT - Felipe Roz Barscevicius, com o diploma nas mãos, comemora com mérito a sua conquista e a dos sorocabanos que se orgulham dele. E para completar a sua alegria, o seu compromisso de namoro com a também engenheira Elizabeth Truchan, da mesma universidade, caminha para um relacionamento de muito amor e rumo ao espaço de trabalho com competência em grandes corporações empresariais. Rosana e Paulo citaram quando perguntei a eles o que sentiram com essa conquista do filho: “Agradecer a Deus pelo filho maravilhoso e também o imenso orgulho que estamos sentindo, não só pelo grande esforço que ele desprendeu para concluir a universidade, mantendo a excelência de notas, mas se tornando um homem responsável, íntegro, sempre buscando ajudar o próximo e dando o melhor de si em tudo o que faz. Orgulho maior não há!”
Um final feliz de artigo que escrevo, dedicado ao jovem amigo Felipe Roz Barscevicius com as palavras de um famoso astronauta americano que pisou na Lua: “É uma grande honra e um grande privilégio para nós estarmos aqui representando não apenas os Estados Unidos, mas homens de paz de todas as nações, com interesses e curiosidade e visão para o futuro”, Neil Armstrong em conversa telefônica com o presidente americano Richard Nixon, enquanto estava na Lua.
Vanderlei Testa jornalista e publicitário escreve às terças-feiras no Jornal Cruzeiro do Sul e aos sábados no www.facebook.com/artigosdovanderleitesta