Buscar no Cruzeiro

Buscar

Faça do reencontro o seu presente

04 de Agosto de 2018 às 11:59

Desavenças entre pai e filho -- ou filha --, culminadas com ruptura e afastamento, sempre são muito dolorosas. Se um deles condiciona a busca do reencontro e da restauração a que o outro admita que estava errado, o mais provável é seguirem pela vida a fora cultivando hostilidade mútua, não raro agravada pela troca de farpas através de terceiros.

É terrível pensar que duas pessoas, criadas para conviver no amor, gastem o tempo a armazenar, dentro de si, sentimentos que ninguém manipula sem se ferir, tornando mais e mais dolorosas as machucaduras reciprocamente infringidas.

A vida é muito frágil. Está sujeita a mil intercorrências. Em algum momento um problema de saúde pode inviabilizar a comunicação entre os atritados. Ou, pior ainda, o fio da existência de um deles pode se partir, impondo ao sobrevivente a pena de carregar, até o fim de seus dias, o pesar da reconciliação não acontecida.

Em vez de se enredar no novelo sem ponta das palavras, é sempre melhor correr para o abraço e dissolver o ressentimento nas lágrimas felizes do contato refeito.

Esse é o presente que muitos pais gostariam de receber e muitos filhos não ousam dar. É pena. O reencontro nada custa, não pesa no bolso e, vantagem das vantagens, satisfaz, por igual, ofertante e receptor. Difícil é só diferenciar os polos da relação.

Sente-se ferroado pelo chuço do distanciamento? Dê um reencontro de presente.

"Caindo em si, ele pensou: "(...)Vou voltar para a casa de meu pai e dizer: "Pai, pequei contra Deus e contra o senhor e não mereço mais ser chamado de seu filho. Me aceite como um dos seus trabalhadores." Então saiu dali e voltou para a casa do pai. Quando o rapaz ainda estava longe de casa, o pai o avistou. E, com muita pena do filho, correu, e o abraçou, e beijou."

Evangelho de Lucas 15:17-20

Nova Tradução na Linguagem de Hoje

Geraldo Bonadio é jornalista

[email protected]